Morreu Ellenborough Lewis, o coala que uma mulher salvou das chamas

Salvamento viral não teve um desfecho feliz: coala que foi salvo das chamas por uma mulher na Austrália foi eutanasiado.

Foto
Coala Ellenborough Lewis não resistiu aos ferimentos DR

As imagens de Toni Doherty a salvar um coala dos incêndios na Austrália correram o mundo, mas o desfecho não teve, afinal, um final feliz. 

O Koala Hospital, em Port Macquarie, onde o animal estava internado, anunciou no Facebook que esta terça-feira, 26 de Novembro, depois de terem sido examinados os ferimentos, decidiram eutanasiar Ellenborough Lewis. “As queimaduras ficaram piores e infelizmente não iriam melhorar”, diz a instituição. “O principal objectivo do Koala Hospital é o bem-estar animal e foi tendo isso em conta que tomamos essa decisão.”

O coala de 14 anos foi baptizado Ellenborough Lewis em homenagem ao neto de Toni Doherty, a mulher que o salvou das chamas. O episódio aconteceu na vila de Long Flat, no estado de Nova Gales do Sul. A australiana, ao aperceber-se que havia um coala em apuros numa zona de mato, não hesitou e correu para o tentar salvar. Tirou a camisa que trazia vestida para o embrulhar e depois pegou numa garrafa de água para molhar o seu corpo para aliviar as queimaduras e hidratá-lo. O salvamento foi filmado e o vídeo tornou-se viral. 

O momento inspirou muitos a contribuir para a campanha de crowdfunding lançada pelo hospital. O objectivo inicial era atingir 25 mil dólares (cerca de 22 mil euros), mas já conta com quase 1,7 milhões de dólares, doados por quase 40 mil pessoas.

O período de seca e os fogos que têm devastado a Austrália nas últimas semanas já destruíram 80% dos habitats de coalas e mataram mais de mil coalas, o que levou a Australian Koala Foundation a alertar para o perigo de virem a estar “funcionalmente extintos”, uma hipótese que tem vindo a ser contestada por vários especialistas.

Segundo dados da associação, existem cerca de 80 mil coalas em estado selvagem, apenas 1% dos oito milhões de animais que foram abatidos para comercialização da pele e enviados para a Inglaterra entre 1890 e 1927 — a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza classifica actualmente a espécie como “vulnerável”.

Sugerir correcção
Comentar