Centenas de estudantes invadem jogo Harvard-Yale em protesto pelo clima

No intervalo do jogo, que aconteceu este sábado, 23 de Novembro, dezenas de activistas correram para o campo para pedir o desinvestimento em combustíveis fósseis e o perdão da dívida de Porto Rico. Pouco depois, já eram centenas os estudantes no campo.

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Timothy R. O'Meara/Harvard Crimson

Centenas de activistas pelo clima invadiram o jogo de futebol americano entre as equipas das universidades de Harvard e Yale que aconteceu este sábado, 23 de Novembro, em New Haven, no estado norte-americano do Connecticut. Os estudantes ocuparam o campo durante o intervalo do mais aguardado jogo do campeonato universitário, deram as mãos e mostraram cartazes para exigir que as duas universidades parassem de investir em combustíveis fósseis e que a dívida do Porto Rico fosse perdoada. 

As imagens mostram dezenas de estudantes a correr para o campo, enquanto gritam palavras de ordem. Perante o cenário, estudantes que apenas estavam a assistir ao jogo — bem como jogadores de ambas as equipas — acabaram por se juntar: “Desinvestir”, gritavam. Outros vaiavam os manifestantes por provocarem um atraso de mais de uma hora na segunda parte do jogo. 

Depois de os administradores das universidades terem descido ao campo para falar com os activistas, a polícia começou a desmobilizar os estudantes e a intimar alguns deles por conduta desordeira — o que, de acordo com o Washington Post, levou os estudantes a ecoar a popular expressão “Ok, boomer. Os manifestantes acabaram por sair do campo, mas continuaram os protestos à porta do recinto. Karen N. Peart, porta-voz de Yale, disse ao Harvard Crimson que 42 activistas foram detidos.

Num vídeo lançado pelo grupo Divest Harvard (um dos grupos organizadores do protesto), Wesley Osgbury, capitão de equipa, referiu que ambas as universidades estão a investir em indústrias que estão a “destruir os nossos futuros”. “Harvard e Yale não podem dizer que promovem conhecimento quando, ao mesmo tempo, estão a apoiar empresas que enganam as pessoas e negam a verdade. Por isso, juntamo-nos aos nossos colegas de Yale para exigir mudança.” Até porque, “no que toca à crise climática, ninguém ganha”, atirou.

“A minha motivação para participar no protesto adveio essencialmente do facto de Yale — um sítio ao qual chamo ‘casa’ — ainda investir na dívida do Porto Rico e nos combustíveis fósseis. Tudo isso vai contra aquilo em que acredito”, disse Sam R. Gallen, citado no mesmo texto. “E nós tínhamos que fazer algo como invadir o campo para fazê-los desinvestir.”

A nível institucional, a opinião em relação ao protesto não foi tão positiva. Um porta-voz de Yale reprovou a interrupção do jogo e um representante de Harvard disse que a universidade “respeitosamente discorda com os activistas que defendem o desinvestimento” como uma forma de combater a crise climática. 

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