Universidade venezuelana vai disponibilizar curso de português para dez mil alunos

Os cursos de português reúnem actualmente três mil alunos nas universidades do país.

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Procura de cursos de língua portuguesa tem crescido Reuters/UESLEI MARCELINO

A Universidade Católica Andrés Bello (UCAB), uma das mais importantes da Venezuela, prevê disponibilizar, a partir de 2020, um curso de língua portuguesa para os dez mil alunos que estudam na instituição, disse à agência Lusa um dos promotores da iniciativa.

“Estamos a começar um novo projecto, com o Centro de Desenvolvimento de Línguas Estrangeiras, uma dependência da universidade. Temo-nos reunido para estabelecer, para Fevereiro de 2020, um curso de iniciação à língua portuguesa”, disse.

Segundo Ricardo Tavares Lourenço, professor de gramática espanhola na UCAB e de Português noutras instituições venezuelanas, a universidade quer “que os alunos tenham a possibilidade de conhecer” a língua portuguesa e avançar com parcerias com outras instituições educativas venezuelanas.

Por outro lado, a UCAB “tem à volta de 10 mil alunos e este seria um projecto feito para toda a Universidade, em primeiro lugar, mas também para pessoas externas” que manifestem interesse em aprender português.

“Isto é muito novo, vamos ver as perspectivas de crescimento e a Universidade Católica está interessada em realizar parcerias com outras instituições que oferecem estudos de Língua Portuguesa, para que os estudantes da UCAB possam estudar nessas instituições a um custo mais baixo, por exemplo”, frisou.

Segundo Ricardo Tavares Lourenço, há também a possibilidade de cedência das instalações e espaços para as instituições que ensinam português em Caracas.

“Neste momento estão também em preparação diversos cursos de iniciação para várias línguas, por exemplo o alemão, italiano, francês e polaco. Faltava a língua portuguesa e queremos, com este curso de iniciação, aproximar também os alunos à história do português”, disse.

Por outro lado, os alunos da UCAB têm manifestado muito interesse, junto dos professores, “em conhecer quais são as dificuldades de aprendizagem da língua portuguesa”.

“Existem também algumas dificuldades de gramática e também sobre as diferenças entre o português europeu e brasileiro em termos de pronúncia e de vocabulário, incluindo a variante regional [madeirense] que muitos luso-descendentes usam em casa e como pode interferir com o português padrão”, disse.

Segundo os professores, actualmente, mais de três mil alunos estudam oficialmente a língua portuguesa em escolas venezuelanas.

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