Lucro do Montepio recua com impacto do kwanza e impostos

Resultado líquido do banco desceu de 22,4 para 17,7 milhões de euros no. Margem financeira recuou mas o produto bancário subiu.

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MANUEL DE ALMEIDA

O Banco Montepio fechou os primeiros noves meses do ano com uma descida dos resultados líquidos de 22,4 para 17,7 milhões de euros no período homólogo, “reflectindo o aumento dos impostos em 27 milhões de euros e a menor contribuição das operações em descontinuação (Finibanco Angola) em 11,3 milhões”, explicou o banco em comunicado enviado ao mercado esta segunda-feira.

Sobre o Finibanco Angola, o banco – que continua com um vazio na liderança executiva e com Carlos Tavares como chairman - destaca o seu menor contributo nos resultados de operações em descontinuação - de 7,4 milhões face aos 18,7 milhões de euros do período homólogo de 2018 - “em resultado do efeito desfavorável da reavaliação do kwanza angolano que não foi integralmente compensada pelos resultados da actividade corrente da participada naquele país”.

No mesmo documento divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a instituição resume o seu desempenho entre Janeiro e Setembro: “resultado consolidado antes de impostos no montante de 43,8 milhões de euros, registou um aumento de 244,9% face ao apurado no mês de Setembro de 2018 (12,7 milhões), reflectindo o aumento nos resultados de operações financeiras (+40,9 milhões), a redução dos custos operacionais (-10,3 milhões) e o incremento das comissões líquidas (+0,3 milhões), não obstante as maiores dotações para imparidades e provisões (+8,1 milhões) e a diminuição da margem financeira (-8,9 milhões)”.

O produto bancário cresceu 9,8% para os 322,5 milhões de euros, aproveitando o contributo dos resultados de operações financeiras que ascenderam a 46,9 milhões de euros, (acima dos 5,9 milhões homólogos) e pela variação positiva das comissões líquidas, que ascenderam a 87,1 milhões, registando um aumento de 0,3% face ao valor do período homólogo de 2018, “em consequência do aumento observado nas comissões com serviços de pagamento e com mercados (+4,7 milhões), atenuado pela redução das comissões associadas ao crédito e à prestação de serviços diversos (-4,4 milhões de euros).

A subida do produto bancário foi conseguida apesar da queda da margem financeira, que a “ascendeu a 180,4 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2019 por comparação com 189,3 milhões de euros no período homólogo de 2018, designadamente devido à redução dos juros recebidos na carteira de crédito de clientes”.

Durante este período, os depósitos de clientes cresceram 1,5% para 12.574 milhões de euros, ao passo que o crédito a clientes diminuiu 4,8% face ao final de Dezembro de 2018, para 11.546 milhões. Esta queda está relacionada com a venda de uma carteira de crédito problemático (NPE-Non Performing Exposure) no valor de 268 milhões de euros, mas também pelos créditos abatidos ao activo (write-offs) no montante de 108 milhões.

No que diz respeito à solidez do banco, os rácios de capital Common Equity Tier 1 (CET1) e Capital Total situaram-se em 13,8% e 15,3%, respectivamente, o que traduz “os efeitos positivos do aumento dos fundos próprios de nível 2 na sequência das emissões de dívida subordinada, da geração orgânica de capital e da redução de 896 milhões de euros dos activos ponderados pelo risco (RWA) face a Setembro de 2018, em resultado da venda de activos não estratégicos e de uma gestão eficiente da alocação do risco nas carteiras de crédito e de negociação”. Os valores destes dois rácios de referência estão acima das metas definidas pelo Banco de Portugal (CET1 de 10,1% e Capital Total de 13,6%).

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