Empresários apontam “bolha de activos” como maior risco nos próximos 10 anos

Para além da “bolha de activos”, os empresários portugueses que responderam ao inquérito do Fórum Económico Mundial, da Marsh e da Zurich, consideraram que o segundo maior risco para o seu negócio é a “falha de mecanismo financeiro ou institucional”.

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Nuno Ferreira Santos

Os empresários portugueses que colaboraram num relatório hoje divulgado pelo Fórum Económico Mundial, pela gestora de risco Marsh e pela seguradora Zurich, consideraram a “bolha de activos” o principal risco ao desenvolvimento dos negócios nos próximos dez anos.

O relatório “Riscos Regionais dos Negócios 2019”, que contou com a participação de cerca de 13.000 empresários em mais de 130 países, identifica, para Portugal, mais quatro riscos para a próxima década.

Para além da “bolha de activos”, o principal risco identificado, os empresários portugueses que responderam ao inquérito consideraram o segundo maior risco a “falha de mecanismo financeiro ou institucional”.

Em terceiro lugar, para Portugal, surge a “falha de ‘governance’ [governança] nacional”, seguindo-se empatados em quarto os “ataques cibernéticos” e as “crises fiscais”.

Relativamente a 2018, nos cinco maiores riscos identificados pelos empresários portugueses inquiridos, aparecem dois novos ("ciberataques” e “crises fiscais"), desaparecendo os “fenómenos climáticos extremos” e o “choque dos preços de energia”.

Comparativamente ao ano anterior, a “bolha de activos” subiu de terceiro lugar para primeiro no topo de preocupações, ao passo que em 2018 a “falha de mecanismo financeiro ou institucional” era o maior risco identificado pelos empresários portugueses, seguindo-se a “falha de governance [governança]”, que estava no segundo lugar.

A nível mundial, a maior preocupação são as “crises fiscais”, seguidas pelos “ciberataques”, em segundo lugar, pelo “desemprego ou subemprego” em terceiro e pelo “choque dos preços de energia” em quarto.

De acordo com a Marsh e a Zurich, “estes riscos estão fortemente ligados a perturbações sociais e contribuem para a classificação de ‘falha de ‘governance’ nacional’ em quinto lugar e para a ‘profunda instabilidade social’ em sexto”.

O documento destaca ainda que “os ciberataques são o principal risco na Europa e na América do Norte, pelo segundo ano consecutivo, evidenciando o aumento da sofisticação e proliferação deste tipo de ataque”.

Na Europa, em segundo lugar como principais riscos está a “bolha de activos”, em terceiro o “conflito entre Estados”, em quarto o “choque dos preços de energia” e em quinto as “crises fiscais”.

Na região do Sudeste Asiático e Ásia-Pacífico entre as principais preocupações estão os riscos ambientais, ao passo que as questões sociais estão na cúpula das preocupações na Eurásia e América Latina e Caribe.

No Médio Oriente e no Norte de África a maior preocupação é o “choque dos preços de energia”, devido à “contínua volatilidade nos preços e na produção”, segundo a Zurich e a Marsh.

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