Marcelo chama Ramalho Eanes para assinalar 25 de Novembro

Marcelo Rebelo de Sousa convidou o antigo Presidente da República para um encontro no dia em que se assinalam os 44 anos desde que Ramalho Eanes , então tenente-coronel, chefiou as tropas para travar uma tentativa de golpe militar.

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Ramalho Eanes (à esquerda) e Marcelo Rebelo de Sousa (à direita) enric vives-rubio

Marcelo Rebelo de Sousa convidou o ex-Presidente da República e protagonista do 25 de Novembro, Ramalho Eanes, para almoçar na próxima segunda-feira, avança o Expresso na edição deste sábado. Além de pretender prestar a homenagem devida a Eanes, então tenente-coronel e cujo papel foi essencial para travar a tentativa de golpe militar, o jornal escreve ainda que, com este convite, Marcelo Rebelo de Sousa pretende que a data sobre a qual passam 44 anos não seja apropriada e usada com fins políticos.

Em 2015, Ramalho Eanes defendeu que os momentos fracturantes como o 25 de Novembro são datas para serem recordadas e não comemoradas. “O 25 de Novembro foi um momento fracturante e eu entendo que os momentos fracturantes não se comemoram; recordam-se e recordam-se apenas para reflectir sobre eles. No caso do 25 de Novembro, devíamos reflectir por que é que nós portugueses, com séculos e séculos de história, com uma unidade nacional feita de uma cultura distintiva profunda, por que é que chegámos àquela situação, por que é que chegámos à beira da guerra civil”, disse Ramalho Eanes, em declarações à TDM, a rádio e televisão pública de Macau.

Em 2018, o Presidente da República passou o 25 de Novembro no Porto, onde condecorou a Porto Business School, Escola de Negócios da Universidade do Porto, com o grau de Membro Honorário da Ordem do Mérito; presidiu, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, à Cerimónia de entrega da nona edição do Prémio Manuel António da Mota e recebeu no Palácio da Cidadela, os participantes no Encontro Nacional de Concelhias da Juventude Social Democrata (JSD), conforme consta na agenda oficial da Presidência da República. 

Nos últimos dias, vários partidos têm apresentado iniciativas para assinalar a data. O CDS, por exemplo, apresentou um voto de saudação pelo 44º aniversário da operação militar de 25 de Novembro de 1975. A proposta foi aprovada com o voto de sete deputados do PS. A maioria dos deputados socialistas optou pela abstenção, assim como o PAN e a deputada eleita pelo Livre. Já o Bloco de Esquerda, PCP e PEV votaram contra o documento da bancada democrata-cristã, assim como a deputada socialista Isabel Moreira.

No voto apresentado pelo CDS-PP, defende-se que a Assembleia da República deve assinalar esta data “como um dia histórico que repôs o curso da democratização de Portugal, ancorando-o ao modelo pluralista e democrático”. 

Já a Iniciativa Liberal vai celebrar a data, pela segunda vez consecutiva, promovendo no domingo, em Oeiras, a Festa da Liberdade, na qual comemora também os dois anos de existência do partido. Esta sexta-feira colocou um cartaz na zona do Saldanha, em Lisboa, onde se lê “25 de Novembro sempre, comunismo nunca mais”, numa analogia às palavras de Abril “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais”. “O 25 de Abril derrubou uma ditadura, o 25 de Novembro impediu a imposição de outra ditadura. Abril libertou-nos do totalitarismo de direita, Novembro libertou-nos do totalitarismo de esquerda. São duas datas que todos os portugueses devem celebrar, afirmando a democracia e a liberdade”, lê-se numa nota enviada à agência Lusa sobre o fim do chamado Processo Revolucionário em Curso (PREC).

André Ventura, do Chega!, propôs que passasse a existir uma celebração solene do 25 de Novembro, à semelhança do 25 de Abril.

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