TAP paga juro de 5,625% para emitir obrigações no valor de 375 milhões

A companhia aérea aumentou o montante inicial da emissão de 300 para 375 milhões de euros. E pagou uma taxa de juro de 5,625%, um preço superior aos 4,375% pagos em Junho.

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Nelson Garrido

A TAP anunciou, esta sexta-feira, num comunicado enviado ao mercado, que “concluiu com sucesso o pricing de obrigações sénior 5,625% com o valor nominal agregado de 375 milhões de euros e com maturidade em 2024”. Este montante representa uma revisão em alta do valor inicialmente previsto para esta operação, que a empresa tinha fixado em 300 milhões. A operação destinava-se, em exclusivo, a investidores institucionais.

Em Junho, a TAP havia emitido obrigações no valor de 200 milhões, com uma taxa de juro de 4,375% e uma maturidade até 2023, tendo uma parte sido colocada em investidores particulares.

Sobre a emissão concluída esta sexta-feira, a companhia revelou que “as receitas resultantes da oferta destinar-se-ão à antecipação do reembolso de determinados empréstimos no âmbito do passivo existente da TAP e extensão do respectivo prazo médio de maturidade”. Adicionalmente, a companhia detida pelo Estado e por um consórcio privado liderado por David Neeleman e Humberto Pedrosa irá usar os proveitos desta operação para efectuar o “pagamento de comissões e despesas relacionadas com a oferta das Obrigações”, assim como irá “financiar as necessidades decorrentes da actividade normal da sociedade”.

A dívida líquida da TAP ascende a 786 milhões de euros, um saldo resultante de um endividamento bruto de 1031 milhões de euros e de uma posição de liquidez de 245 milhões.

A companhia aérea registou nos primeiros nove meses deste ano um prejuízo de 111 milhões de euros, um desempenho explicado pelas imparidades relacionadas com aviões, os custos com juros da dívida, os efeitos cambiais e um agravamento dos custos com pessoal. Despesas que mais do que consumiram a redução generalizada de outros custos operacionais e, sobretudo, contrabalançaram o ligeiro crescimento registado nos proveitos operacionais de todas as actividades (passageiros, manutenção e carga/correio).

Para Diogo Lacerda Machado, administrador não executivo e também presidente da Comissão de Estratégia da TAP, indicado pelo accionista Estado, “a TAP deverá, nos próximos tempos, começar a ganhar sustentadamente dinheiro e tem a capacidade de ser, na minha opinião hoje, como é, uma companhia interessante”.

Esta emissão foi a primeira com uma classificação de dívida, tendo tanto a Standard & Poor’s como a Moody’s classificado a dívida da TAP como “lixo”, isto é, de “classificação de não-investimento”, uma avaliação que explica o valor elevado do juro pago pela companhia nesta operação.

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