Partidos gastaram 4,8 milhões de euros nas eleições europeias

Os 17 partidos concorrentes investiram 4,8 milhões de euros nas acções de campanha, mais 900 mil euros do que previam. O PS registou despesas de mais de milhão e meio de euros para a eleição de Pedro Marques.

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O PS, com Pedro Marques como cabeça de lista venceu as últimas eleições europeias com 33,4% dos votos Miguel Manso

Os 17 partidos que concorreram às eleições europeias do passado mês de Maio registaram um total de 4,84 milhões de euros em despesas, mais 900 mil euros do que haviam previsto quando entregaram os orçamentos. Do total dos gastos dos partidos, os socialistas, que venceram as eleições com 33,4% dos votos, tiveram gastos correspondentes à percentagem de votos: são responsáveis por 35% do total das despesas, no valor de 1,68 milhões de euros.

O PS gastou mais 431.313 euros do que previsto, o Bloco de Esquerda mais 303.400 euros e o CDS mais 151.918. O desvio nas despesas do PS face ao programado deveu-se a uma “campanha especialmente dura e até, em certos casos, malévola”, explicou o secretário nacional do PS para a administração do partido, Luís Patrão, em declarações ao Jornal de Notícias (edição impressa), que revelou os dados das contas da campanha publicados anteontem pela Entidade das Contas e Financiamento dos Partidos.

Uma análise aos documentos apresentados pelos partidos que concorreram àquela eleição evidencia que PS, BE, CDU e CDS são os partidos (e coligação) que apresentaram contas com desvio face ao que tinham planeado. Esta é uma questão que não tem, obrigatoriamente, de apresentar problemas, uma vez que os partidos podem aumentar as despesas realizadas se conseguirem obter mais receita, o que faz com que um desvio em relação ao orçamentado não se traduza num buraco financeiro. No total das contas apresentadas há um desvio de 900 mil euros entre o orçamentado e os gastos reais. Mas isso não significa que todos os partidos tenham tido prejuízos. No caso do PS, o partido acabou por ter resultados negativos no valor de 281.680 euros. O mesmo aconteceu com o CDS, mas numa escala diferente (7319 euros).

A CDU é um caso um pouco diferente. Os comunistas entregaram um orçamento de 850 mil euros para a campanha que teve João Ferreira como cabeça de lista que acabou por ter receitas e despesas abaixo do previsto, na ordem dos cem mil euros. Para uma receita de 690.494 mil euros, os comunistas gastaram 688.892 mil euros. A diferença entre um valor e outro deve-se ao facto de a CDU ter inscrito 1600 euros como juros o que ajuda a que receitas e despesas batam certo.

Já o BE diz à Entidade das Contas que não ficou com qualquer diferença entre despesas e receitas. E não é o único partido em que tal acontece. O PSD também apresentou contas em que as receitas são iguais às despesas. A campanha da lista liderada por Paulo Rangel custou 881.538 euros e teve 882.858 de receitas, a que se junta uma “cedência por empréstimo” de 1320 euros que faz com que o balanço bata certo.

O PSD e o PAN foram dos partidos que apresentaram o orçamento mais próximo da realidade. De acordo com os dados entregues, a campanha de Rangel (PSD) gastou menos 8461 euros do que tinha previsto. Já o PAN gastou menos 10.722.

Há também partidos que apresentaram orçamentos muito empolados, aparecendo agora com um grande desvio (de “poupança”). A coligação Basta, por exemplo, registou um orçamento de 500 mil euros, tendo depois apresentado despesas de apenas 24.316 euros.

Se gastou a menos do que tinha previsto, também recebeu muito abaixo do que estava planeado no orçamento, tendo apenas 14 mil euros de receitas (em vez do meio milhão que tinha colocado no documento).

Dos 17 partidos, houve ainda três que não apresentaram contas, o PNR, o Nós, Cidadãos! e o PURP.

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