Hotel para o edifício do JN foi anunciado sem projecto submetido na câmara

Acordo para a construção do hotel no histórico edifício do Porto já foi assinado. Mas na Câmara do Porto não entrou nenhum pedido de licenciamento para o projecto.

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Edifício dos anos 60 vai ser transformado num hotel Luis Efigénio / nFACTOS

O anúncio gerou burburinho durante a semana passada. O empresário macaense Kevin Ho terá assinado, a 13 de Novembro, um acordo para a construção de um hotel no edifício do Jornal de Notícias, divulgando à agência noticiosa de Macau alguns pormenores do negócio. Mas à Câmara do Porto, que terá de dar luz verde para este projecto avançar, o assunto nunca chegou.

Questionada pelo PÚBLICO, a autarquia confirma que, até agora, “não entrou no município qualquer pedido de licenciamento para este projecto”. Apesar disso, são já públicas algumas imagens representativas do que deverá ser feito no prédio de 17 pisos no centro do Porto. A empresa KNJ, detentora de 30% da Global Media e da sede do Jornal de Notícias, vai transformar o edifício dos anos 60 num Autograph Collection by Marriott com o nome Hotel Journal, algo que diz ser uma homenagem à história do espaço.

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Representação do futuro hotel na sede do Jornal de Notícias DR

À agência noticiosa de Macau, o empresário revelou tratar-se de um “investimento entre 35 a 40 milhões de euros” e de uma unidade hoteleira com “213 quartos”.

Nada se sabe ainda sobre datas para o início das obras nem da transferência do JN para a Rua Latino Coelho, também no Porto. A transformação desse espaço para receber redacção do jornal também ainda não arrancou.

Kevin Ho vê Portugal como uma geografia segura para investir. E não apenas para hotéis, disse à mesma fonte: “O turismo não é a única coisa que floresce em Portugal, é toda a economia, é um dos locais mais inovadoras da Europa. O país vai estar ainda melhor no futuro.”

No Porto, na Foz, o sobrinho do antigo chefe do governo macaense Edmund Ho tem planos para erguer um projecto residencial na Torre de Miramar. E ainda “outros projectos” que, garante, poderão criar “cerca de 1500 empregos nos próximos cinco anos”.

De acordo com a escritura da compra do edifício citada pela Sábado, o edifício terá custado quase dez milhões de euros ao grupo macaense Authentic Empathy, gerido por Lei Ka Kei e David Siu, gerentes da Burgosublime, cuja empresa-mãe é a sucursal portuguesa da KNJ.

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