Julgamento do ataque à Academia de Alcochete: “Havia sangue no chão”

Militares da GNR estão a ser ouvidos em Tribunal como testemunhas, no segundo dia do julgamento. Bruno de Carvalho está ausente.

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LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O julgamento da invasão à Academia de Alcochete, que decorre no Tribunal de Monsanto, vai no seu segundo dia. Nesta terça-feira, estão a ser ouvidos seis militares da GNR, como testemunhas. O comandante Tiago Mateus, da primeira patrulha policial​ a chegar ao local no dia 15 de Maio de 2018, garante que viu sangue no chão do balneário da equipa do Sporting. O militar reconstituiu o dia do ataque e recordou: “Disseram-me que já havia jogadores agredidos e, quando cheguei, vi instalações danificadas, sangue no chão e tudo virado ao contrário. Mas jogadores feridos não vi”.

O agente da GNR disse ainda que, apesar de ter sido a primeira força policial a chegar à Academia, já não encontrou invasores nas instalações. “Quando cheguei, o porteiro disse: ‘Cá dentro já não está ninguém, eles estão todos em fuga'”.

Este segundo dia do julgamento será dedicado à audição a seis testemunhas, todos elementos da GNR. Destaque para a ausência de Bruno de Carvalho, o arguido mais mediático deste caso. O ex-presidente do Sporting pediu dispensa de estar na sessão judicial alegando falta de meios para se deslocar a Monsanto e, ainda, compromissos profissionais como comentador desportivo. Também outros 20 arguidos não marcam presença nesta sessão.

André Medinas, membro da primeira patrulha a chegar à Academia, também falou na audição desta terça-feira. “Quando chegámos à Academia, dissemos aos jogadores para aguardarem para serem ouvidos, porque estavam a queixar-se de agressões”, afirmou adiantando que se recorda de ter falado com Rui Patrício, um dos jogadores que “estava a acalmar mais os ânimos”.

“Não me recordo de que algum tivesse marca de agressão. Não digo, com certeza, que não estava ninguém magoado, mas não me recordo disso. O Patrício e o Mathieu estavam calmos, mas outros estavam mais inquietos, assustados e a quererem ir embora e para o hospital”, continuou.

Questionado por Miguel Fonseca, advogado de Bruno de Carvalho, o militar falou ainda sobre as pessoas que encontrou na Academia. Adiantou, a esse respeito, que crê ter visto Jaime Marta Soares e Bruno de Carvalho nas instalações, ainda que não dê certezas. Por outro lado, disse não estar recordado de ver o jogador William Carvalho, à data um dos capitães do Sporting.

 

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