Gestão do estacionamento passa para os Transportes Urbanos de Braga em Dezembro

Os Transportes Urbanos de Braga vão gerir 1.800 lugares de estacionamento à superfície na cidade a partir de 02 de Dezembro, com um preço único mais baixo, uma equipa de fiscalização permanente. Pagamento por Via Verde e incentivo ao uso de viaturas 100% eléctricas são outras novidades.

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HUGO DELGADO

Qualquer viatura que circule pela cidade de Braga vai dispor, a partir de 02 de Dezembro, de cerca de 1.800 lugares de estacionamento à superfície, repartidos por 44 ruas junto ao centro, a um preço único de 80 cêntimos por hora, um valor menor do que o previamente aplicado (um euro);. Esta é uma das mudanças previstas na gestão do estacionamento, que, nesse dia, vai passar da alçada da Câmara Municipal para a dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), empresa totalmente pública, conforme já estava previsto desde Fevereiro. “Decidimos separar em dois departamentos a gestão dos transportes e a do estacionamento à superfície, criando uma nova marca registada para essa área de actuação, Estacionamentos Urbanos de Braga (EUB)”, anunciou nesta terça-feira o administrador dos TUB, Teotónio dos Santos, numa das lojas da empresa, na Praça Conde de Agrolongo, bem no coração da cidade.

Além do menor preço, o estacionamento à superfície vai também ser mais fiscalizado, com uma equipa de cinco elementos dedicada exclusivamente à tarefa, em substituição da Polícia Municipal, tal como o presidente da Câmara, Ricardo Rio, avançara no final de Julho. Essa equipa, frisou o responsável, deve atingir os nove ou os dez elementos em 2020 e vai emitir multas de oito euros a todas as viaturas que infrinjam as regras. “Quem não cumprir esse pagamento, receberá uma contra-ordenação da Câmara Municipal”, reiterou. Os utilizadores que mantiverem a viatura estacionada num lugar por mais de duas horas vão também ser penalizados, já que o objectivo de uma “zona de duração limitada” é a rotação.

A partir do mês seguinte, os automobilistas vão usufruir ainda da Via Verde para pagar o estacionamento, algo que podem fazer com uma aplicação no telemóvel, acrescentou Teotónio dos Santos. As novidades tecnológicas ligadas ao serviço estendem-se ainda à gestão dos parcómetros e aos aplicativos dos fiscais, disse.

Até 02 de Dezembro, há alguns processos a afinar, nomeadamente o programa de digitalização da gestão de avenças, que podem ser atribuídas a moradores e comerciantes das ruas e também a qualquer proprietário de um veículo 100% eléctrico, com um custo anual de 12 euros. “Um morador de Adaúfe [freguesia na periferia do concelho] pode tirar uma avença para o centro da cidade, com um veículo 100% eléctrico”, explicou Teotónio dos Santos.

Os Estacionamentos Urbanos de Braga estão ainda a estudar a hipótese dos comerciantes com avença poderem oferecer tempo de estacionamento aos seus clientes, após sugestão da Associação Comercial de Braga.

Receita para renovar frota dos TUB

Apesar de abarcarem uma área menor do que a da ESSE, empresa que geriu cerca de 2.600 lugares entre 2013 e 2018, ano em que a Câmara resgatou a concessão, por cerca de 1,7 milhões de euros, os EUB esperam arrecadar uma receita anual entre os 500.000 e os 600.000 euros. O valor, disse Teotónio dos Santos, destina-se à renovação da frota dos TUB, que prevê receber 32 novos autocarros até ao final de 2020.

Presente na apresentação da nova área de negócio dos TUB, Ricardo Rio vincou que a substituição dos veículos mais antigos e não o aumento da frota é a prioridade de uma empresa que, recentemente, investiu quase 500.000 euros no autocarro eléctrico e que tem optado por não aumentar as tarifas. “Mesmo com esta renovação de quase 30% da frota, vamos continuar uma idade média das viaturas muito acima do que gostaríamos”, explicou.

Apesar de ter reconhecido que os problemas relativos ao estacionamento em Braga não se resolvem com a transferência da gestão para a alçada dos TUB, o autarca salientou os contributos da redução do preço, da “criação de um regime de avenças absolutamente claro e transparente”, com “incentivos para os meios ecologicamente mais favoráveis”, e de uma “fiscalização mais cabal” face àquela que até agora existia contribuem para um melhor ordenamento urbano.

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