Portugal encontrou a melhor solução

Com golos de Bruno Fernandes e Cristiano Ronaldo, a selecção nacional garantiu no Luxemburgo a presença na fase final do Europeu de 2020.

Bruno Fernandes, o autor do primeiro golo de Portugal
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Bruno Fernandes, o autor do primeiro golo de Portugal LUSA/MARIO CRUZ
Momento do jogo entre o Luxemburgo e Portugal
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Momento do jogo entre o Luxemburgo e Portugal LUSA/MÁRIO CRUZ
Pizzi rodeado de adversários
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Pizzi rodeado de adversários Reuters/JOHANNA GERON
Cristiano Ronaldo em acção
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Cristiano Ronaldo em acção LUSA/MÁRIO CRUZ
A festa dos jogadores de Portugal
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A festa dos jogadores de Portugal LUSA/MARIO CRUZ
A festa dos adeptos portugueses no Luxemburgo
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A festa dos adeptos portugueses no Luxemburgo LUSA/JULIEN WARNAND

Não foi bonito, nem foi fácil, mas com o futebol que um tapete verde e castanho repleto de crateras tornou possível, Portugal fez o que lhe competia. Sem depender de terceiros – a Ucrânia “ajudou” ao empatar na Sérvia -, a selecção portuguesa venceu no Luxemburgo, por 2-0, e garantiu a 11.ª qualificação consecutiva para fases finais de Europeus ou Mundiais, completando um ciclo de duas décadas sem falhar a presença nos grandes palcos. Num confronto em que a bola circulou sempre desordenadamente, a categoria de Bernardo Silva e de Bruno Fernandes contornou a lógica do mau futebol na primeira parte e, a quatro minutos do fim, uma jogada aos trambolhões garantiu a Cristiano Ronaldo o golo 99 pela selecção e confirmou a presença de Portugal no Euro 2020.

Três anos, quatro meses e sete dias depois de Cristiano Ronaldo levantar o troféu de campeão da Europa no Stade de France, Portugal foi apenas a 17.ª selecção a assegurar a presença no Europeu, mas em Junho e Julho do próximo ano Fernando Santos terá a oportunidade de defender o título conquistado em França. Na antevisão do jogo no Luxemburgo, o seleccionador tinha garantido que os jogadores portugueses encontrariam a “melhor solução” para ultrapassar o mau estado do relvado e a valia do Luxemburgo, mas durante a primeira meia hora o atrevimento luxemburguês e as dificuldades de adaptação ao “batatal” do Stade Josy Barthel deixaram no ar a possibilidade de as certezas de Fernando Santos saírem furadas.

Tal como tinha acontecido três dias antes, no Algarve, contra a Lituânia, o técnico português manteve a aposta no 4x4x2, o que, em teoria, garantia uma presença forte na área do adversário, mas como se previa existiram novidades no “onze”. Sem surpresa, Raphael Guerreiro substituiu Mário Rui, Danilo jogou no lugar de Rúben Neves e André Silva ocupou o lugar de Gonçalo Paciência.

Com a entrada do médio do FC Porto, Santos procurava dar mais “músculo” e segurança defensiva ao meio-campo, enquanto com a troca de avançados do Eintracht Frankfurt, o seleccionador resgatava uma fórmula que tem sido de sucesso: com André Silva e Cristiano Ronaldo em simultâneo no “onze”, o balanço é claramente positivo: 12 vitórias e três empates; 17 golos para Cristiano Ronaldo, 10 para André Silva (70% do total dos golos portugueses nesses jogos). Desta vez, no entanto, a dupla esteve longe do seu melhor.

Sérvia bem tentou

Ainda antes de haver qualquer remate no Luxemburgo, um golo da Sérvia contra a Ucrânia colocava mais pressão sobre Portugal, mas os principais problemas para Fernando Santos tinham origem luxemburguesa.

Com uma pressão alta e muito atrevimento, na primeira meia hora o Luxemburgo criou tantos problemas à selecção portuguesa como o mau estado do relvado, e quase sempre com Gerson Rodrigues como protagonista, no primeiro terço da partida Rui Patrício viu-se por várias vezes em apuros. Portugal respondia de forma tímida e com pouco perigo, mas, curiosamente, o filme da partida começou a mudar com a chegada de uma boa notícia de Belgrado.

Sensivelmente a partir do minuto 30, quando a Ucrânia empatou na Sérvia, Portugal começou a encontrar as “soluções” que Fernando Santos tinha falado na véspera e num dos raros momentos de qualidade do jogo, ganhou a tranquilidade que precisava: aos 39’, após uma assistência soberba de Bernardo Silva, Bruno Fernandes recebeu e finalizou com classe.

Com vantagem no marcador, a angustia que muitos portugueses tinham até aí mostrado por o relvado tornar quase impossível construir jogadas com principio, meio e fim começou a desaparecer.

O Luxemburgo passou a ficar muito mais longe da área de Patrício e Fonte esteve perto do segundo golo aos 50’. Com inteligência q.b., Portugal baixou o ritmo da partida e para gerir a posse de bola, Santos lançou Moutinho e deu mobilidade ao ataque com a troca de André Silva por Diogo Jota. E o avançado do Wolverhampton acabou por ser decisivo no xeque-mate à partida.

A menos de cinco minutos do final, numa jogada que espelha o que foi a partida, Bernardo Silva, para não variar, cruzou da direita, Jota embrulhou-se com o guarda-redes luxemburguês e com algumas tabelas pelo meio a bola dirigiu-se para a baliza. Cristiano Ronaldo aproveitou para fazer o golo 99 pela selecção nacional, acabando com qualquer dúvida que ainda restasse: a 30 de Novembro, Portugal será um dos 24 países que vão estar presentes no sorteio da fase final do Euro 2020.

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