Percepção de fragilidade do bebé prematuro: Sim! Impotência dos pais: Não!

Nem todos os bebés prematuros têm o mesmo tipo de problemas. As possibilidades de sobrevivência dependem da idade gestacional, do peso e dos problemas graves ao nascimento, como sejam: respiratórios; cardíacos; infecciosos e malformativos. De todos eles o mais importante é a idade gestacional.

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Fé Ngô/Unsplash

O nascimento de um filho é um momento único de alegria e de esperança.

A duração de uma gravidez normal, de termo, ocorre quando o parto se dá entre as 37 e as 41 semanas mais seis dias de gestação. Porém, algumas vezes, de forma inesperada e abrupta, a gravidez acaba prematuramente e o bebé nasce antes das 37 semanas, é então designado como prematuro ou pré-termo. Nestes casos, o bebé real é frágil, imaturo, indefeso, pequenino, tão diferente do bebé que tinham imaginado durante toda a gravidez.

“Será que vai sobreviver? Em que posso ajudar o meu bebé?”

Os pais ao entrarem pela primeira vez na Unidade de Cuidados Neonatais ficam assustados por encontrar o seu filho rodeado de aparelhos e máquinas, tubos e fios.

“Posso acariciá-lo? Mexer-lhe? Pegar-lhe? Qual o meu papel enquanto mãe ou pai?”

Os profissionais de saúde, médicos e enfermeiros, que trabalham na unidade explicam o funcionamento de todo o equipamento que irá ajudar o bebé, nestes primeiros tempos de vida, incentivam e apoiam os pais a estarem presentes junto do recém-nascido e a ultrapassar as dificuldades, vivendo um dia de cada vez.

O bebé prematuro não só tem menos peso e é mais pequenino, como nasce com imaturidade dos seus órgãos e sistemas — pelo que pode ter problemas respiratórios, de controlo de temperatura, dificuldade alimentar, menor defesa às infecções. Tudo isto torna-o mais vulnerável às doenças e mais sensível aos estímulos externos, como a luz e o som.

Nem todos os bebés prematuros têm o mesmo tipo de problemas. As possibilidades de sobrevivência dependem da idade gestacional, do peso e dos problemas graves ao nascimento, como sejam: respiratórios; cardíacos; infecciosos e malformativos. De todos eles o mais importante é a idade gestacional.

A gravidade dos problemas está inversamente relacionada com a idade gestacional. Actualmente o limiar de sobrevivência são as 23/24 semanas de gestação. Os bebés prematuros vão necessitar de passar os primeiros tempos de vida internados em Unidades de Cuidados Neonatais, numa incubadora para lhes manter a temperatura, podem necessitar de um ventilador para os ajudar a respirar, serem alimentados através de um catéter, colocado numa veia que lhes leva os nutrientes necessários ou de uma sonda que lhes leva o leite até ao estômago.

Os bebés têm de ficar afastados fisicamente dos pais, quebrando-se a relação afectiva essencial no estabelecimento da relação precoce pais/filhos.

Sempre que o desejarem, desde que o estado de saúde do bebé o permitir, os pais podem tocar, acariciar, falar, fazer contacto pele a pele, trocar a fralda, colaborar na higiene, colocar bebé ao peito, embalar, cantar.

Conhece-se hoje a importância da presença e envolvência dos pais nos cuidados ao recém-nascido. Diminui o stress e insegurança dos pais, melhora a relação de afectividade com o bebé e dá maior estabilidade ao recém-nascido.

É um tempo de aprendizagem, capacitação e preparação gradual dos pais para o momento tão esperado de uma ida com segurança para casa.

A humanização das Unidades, os cuidados centrados no desenvolvimento e na família, a par da elevada tecnologia que hoje dispomos, são fundamentais para a sobrevivência com qualidade de vida dos bebés prematuros.

Fragilidade dos Prematuros: Sim!

Impotência dos Pais: Não!

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