Obesidade, o apelo da intervenção concreta das comunidades

O tempo é de mobilização e de ação, com o apoio sustentado das Ciências da Nutrição, garantia de adoção de hábitos alimentares adequados às necessidades, aos ritmos e às tendências dos nossos tempos, em meio urbano.

A convergência de estilos de vida e de hábitos alimentares errados contribuíram apara emergência de um alarmante quadro de obesidade nos diversos escalões etários, com implicações na saúde, no bem-estar e nas respostas comunitárias na actualidade e no futuro.

É reconhecido que haverá 92 milhões de vidas em risco por causa da obesidade, que a doença custará 385 milhões de euros e que afecta um quarto dos cidadãos dos países da OCDE.

A grande questão coloca-se na mobilização das diversas comunidades para a concretização de impulsos concretos de prevenção e de combate à doença, com a participação incontornável das Ciências da Nutrição. Centrados na mobilização da academia, das comunidades locais e da consciencialização dos cidadãos, realizou-se recentemente a I Conference NovaSaúde, sob o tema “Sociedade, Cidade e Saúde”, com enfoque nos impactos individuais e sociais dos comportamentos alimentares, no perfil alimentar em contexto urbano e na promoção de transformações alimentares e de utilização do espaço urbano, como acontece com o exemplo positivo do cultivo de hortícolas nas Hortas Comunitárias de Cascais.

O tempo é de mobilização e de acção, com o apoio sustentado das Ciências da Nutrição, garantia de adopção de hábitos alimentares adequados às necessidades, aos ritmos e às tendências dos nossos tempos, em meio urbano.

Um esforço de mobilização das Ciências da Nutrição e da academia em geral para descodificar a linguagem associada à alimentação, reconfigurar os hábitos alimentares em dietas equilibradas, ricas e promotoras de saúde e bem-estar, e sustentar a existência de iniciativas individuais e locais que combatam a obesidade, o sedentarismo e os factores de risco para a saúde em meio urbano.

Um esforço de mobilização das autarquias locais como entidades promotoras de saúde e bem-estar para os seus cidadãos, quer na promoção de espaço público que apele à prática de actividade física, quer através de acções pedagógicas favoráveis à mudança de comportamentos alimentares, na escola, no trabalho, em casa e no quotidiano.

Perante a gravidade e complexidade da realidade dos maus hábitos alimentares e das suas consequências para a saúde e o bem-estar dos cidadãos, com os impactos na qualidade de vida e na necessidade de reforço de respostas dos serviços de saúde, importa aprofundar a intervenção em meio urbano, agir na melhoria dos hábitos alimentares e travar a fundo na deriva da obesidade.

Comer bem, comer melhor, não significa ter de gastar mais dinheiro em alimentação. Significa ter de reconfigurar os hábitos alimentares para poder beneficiar de melhorias na sua saúde e bem-estar e na pressão colocada à comunidade para responder aos problemas individuais. Se já fomos capazes de ter uma melhor consciência e mudar comportamentos em relação ao meio ambiente e ao planeta, em benefício de todos, não seremos capazes de transformar os nossos hábitos alimentares, em benefício próprio?

Se depender das Ciências da Nutrição, do conhecimento existente na Nova Saúde e da vontade crescente das autarquias locais, a replicarem Hortas Comunitárias como as de Cascais, julgamos que estaremos no caminho certo. A dar a garfada certa, por nós e pelas nossas comunidades. É por aí que vamos.

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