Marcelo em Itália: “Não há europeus puros, somos uma convergência de culturas”

Ao discursar na cerimónia em que foi homenageado na Universidade de Bolonha, o Presidente da República pôs a tónica na importância da abertura da Europa ao mundo, uma visão oposta aos nacionalismos que ganham terreno em Itália.

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O Presidente da República voltou a fazer um discurso oposto aos nacionalismos LUSA/JOSÉ COELHO

O Presidente da República rejeita a ideia de uma Europa homogénea, afirmando que “não há europeus puros” e que todos são “o resultado de uma convergência de culturas”.

Numa cerimónia em que recebeu o “Sigillum Magnum” da Universidade de Bolonha, no último dia da sua visita de Estado a Itália, , Marcelo Rebelo de Sousa, acrescentou: “Somos europeus, não por um destino geográfico, mas por uma opção cultural, uma opção democrática, uma opção personalista”. 

Perante o seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, e com o ex-presidente da Comissão Europeia Romano Prodi também na assistência, o chefe de Estado sustentou que “a Europa é grande porque é uma plataforma entre culturas, civilizações, continentes e oceanos”, que “assim se fez a Europa” e “assim se fez também Portugal”. O Presidente da República pôs assim a tónica na importância da abertura da Europa ao mundo, uma visão oposta aos nacionalismos que ganham terreno em Itália, na Europa e no mundo. 

Marcelo Rebelo de Sousa fez um discurso de quinze minutos, que começou em português e terminou em italiano, para agradecer esta distinção da Universidade de Bolonha, a mais antiga da Europa, que considerou “uma homenagem a Portugal através do Presidente da República Portuguesa”.

E aproveitou a ocasião para enunciar os seus “princípios essenciais” como Presidente e como académico: “Os direitos das pessoas, o Estado de direito democrático, o princípio do respeito pela diferença, a aceitação do outro, a construção da paz, a tolerância, o diálogo, o pluralismo, o multilateralismo na vida internacional, a preocupação com a inclusão dos outros”.

“Somos todos diferentes, não há portugueses puros, não há europeus puros, somos todos o resultado de uma convergência de culturas e civilizações. A Europa é grande porque é uma plataforma entre culturas, civilizações, continentes e oceanos”, defendeu.

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