Nem só de conversa é feito o primeiro Congresso Internacional de Gastronomia no Porto

A Alfândega recebe de quinta a sábado especialistas de renome. Também terá um mercado com mais de cem produtos, provas de vinhos e experiências gastronómicas.

Foto
Um prato de bacalhau do chef João Rodrigues, um dos oradores no certame Enric Vives-Rubio

Está já tudo a postos para a primeira edição do Melting Gastronomy Summit, que junta mais de 30 oradores nacionais e internacionais para reflectir sobre a gastronomia. Durante três dias, na Alfândega do Porto, as atenções estarão centradas na alimentação, num programa que não se esgota nas conversas e debates. Também estão previstas provas, showcookings, almoços e jantares, exibição de filmes, arte, e ainda um mercado de produtos portugueses. O primeiro Congresso Internacional de Gastronomia de Portugal arranca esta quinta-feira e estende-se até sábado.

A avaliar pela procura já registada, nomeadamente através das inscrições nas talksque serão moderadas por Miguel Esteves Cardoso, Ricardo Dias Felner, Nuno Queiroz Ribeiro e José Diogo Albuquerque –, a organização espera casa cheia. Num programa que junta nomes como os de Jay Rayner, crítico gastronómico do The Observer e do The Guardian, e Chad Robertson, co-fundador e chef da icónica Tartine Bakery, em São Francisco, estão prometidos vários pontos altos. Entre as “estrelas” encontram-se ainda os chefs Andre Chiang do Taiwan, Alex Atala e Roberta Sudbrack do Brasil, ou os portugueses João RodriguesMiguel Rocha Vieira e Noélia Jerónimo. Há também participantes de áreas como os vinhos (Filipa PatoDirk Niepoort ou George Sandeman) ou do pão (Diogo Amorim, da Gleba, ou Paulo Sebastião, da Isco).

Alex Atala Miguel Manso
Noélia Jerónimo Melanie Maps
Fotogaleria
Alex Atala Miguel Manso

Um dos momentos altos do evento acontece no último dia do encontro, sábado, e consistirá na oficialização da Confraria da Dieta Atlântica. O objectivo é candidatar a dieta atlântica a Património Imaterial da Humanidade e nada melhor do que aproveitar o Dia Nacional do Mar (16 de Novembro) para oficializar o projecto que junta nove parceiros – portugueses e galegos –, e entre os quais se inclui a AGAVI (Associação para a Promoção da Gastronomia, Vinhos, Produtos Regionais e Biodiversidade), entidade promotora do Melting. Ainda que tenha por base a dieta mediterrânica, já classificada como Património Mundial, a dieta atlântica tem um maior enfoque no mar, no consumo de peixe, marisco e dos produtos plantados à beira do Atlântico.

Um mercado com mais de cem produtos

O Melting Market, que vai funcionar ao longo dos três dias do evento, é outra das apostas fortes do programa. Cerca de 40 marcas e mais de 150 produtos nacionais e internacionais relacionados com a indústria agro-alimentar estão representados neste mercado. Neste espaço vai ser possível provar e comprar “produtos gastronómicos que vão desde os vinhos, acessórios de cozinha e mesa, livros e vários objectos que possam ser usados na mais perfeita experiência gastronómica”. “A entrada tem o preço simbólico de cinco euros, que inclui um copo, dois euros para compras nos expositores e um euro reverte para o Banco Alimentar Contra a Fome”, destaca António de Souza-Cardoso, presidente da AGAVI.

Também estará disponível um Melting Lab, com nove apresentações de cozinha, por dia (limitadas ao espaço de lugares na assistência), e um espaço reservado à arte – com a apresentação de uma instalação artística da autoria de Ricardo Nicolau de Almeida (intitulada Supertrump) e a instalação sensorial de uma food designer holandesa (The trEATment). Destaque, ainda, para a proposta do Melting Moovies, experiência que combina filmes e gastronomia: durante o evento, será exibida uma amostra de filmes curtos premiados no Devour! The Food Film Fest, o maior festival de filmes gastronómicos do mundo. 

Mais do que um congresso, a realizar com uma periodicidade bienal, “o Melting pretende ser um movimento” com “acções que se vão estendendo para além do programa do congresso”, acrescenta António de Souza-Cardoso.

Sugerir correcção
Comentar