A tentação do PS, do BE e do PCP de domesticar o Parlamento

Ora, é por demais evidente que, em particular para o Bloco e o PCP, esta liberdade ou libertinagem discursiva será altamente penalizadora, pois já não poderão responder “na mesma moeda”, nem poderão “subir a parada”.

1. Há manobras que não podem passar em claro. Na passada semana, os líderes parlamentares do PS, do Bloco e do PCP – a que se juntou o grupo artificial dos Verdes – decidiram abafar e silenciar os novos partidos com assento na Assembleia da República. Fizeram-no seguramente com a anuência e a conivência dos respectivos chefes partidários. Ana Catarina Mendes, Pedro Filipe Soares e João Oliveira (mais o satélite “verde” deste) tentaram um golpe de secretaria para não dar a palavra aos deputados do Chega, da Iniciativa Liberal e do Livre. Como líderes parlamentares, a quem compete velar pelo bom funcionamento da “casa da democracia”, têm de ser confrontados com as suas responsabilidades. O silêncio prolongado destes líderes parlamentares é confrangedor: não foram nem são capazes de dar a cara pela posição que definiram. A proibição de que os deputados únicos dos novos partidos tenham tempo de palavra nos “debates quinzenais” é grave, injustificável e denota uma tentação hegemónica e autoritária. Trata-se de uma posição democraticamente insustentável e que mostra a insuportável arrogância (supostamente) moral da esquerda.

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