Uma bienal sem rumo

Na sua terceira edição, a Bienal de Coimbra fica aquém das expectativas.

Foto
Raras vezes uma articulação feliz com o lugar... adriano miranda

Em Coimbra, na Sala da Cidade, uma canoa empoleirada sobre uma floresta de hastes de madeira ocupa o fundo do espaço. A sala, de estilo manuelino, possui abóbadas de arestas que evocam as quilhas da construção naval. Nessa peça, que é assinada por José Spaniol e que tem o seu complemento no chão — uma quilha também de madeira com a forma de uma coluna vertebral humana — nada dialoga com as características do espaço e do lugar. A obra, que já possuiu uma primeira versão no Octógono da Pinacoteca de São Paulo em 2016, força a sua estrutura predominantemente vertical e oblíqua num lugar de exposição que se afirma pelas curvas e pelos arabescos coloridos das paredes cobertas de sancas de azulejo. Não existe relação de inclusão ou complementaridade, apenas dissonância.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar