Engenheiro português desenvolve negócio da empresa que criou o live chat

O responsável da LivePerson explica que a missão é dar às pessoas “uma relação pessoal com as marcas favoritas”, com a utilização de inteligência artificial nas ferramentas de mensagens e chat.

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Paulo Pimenta/arquivo

Ajudar as marcas a criarem relações com as pessoas através de mensagens é um dos objectivos do engenheiro português Ricardo Bandeira, que está nos Estados Unidos a desenvolver o negócio da empresa que criou o live chat para suporte.

O responsável da LivePerson disse à Lusa que a missão é dar às pessoas “uma relação pessoal com as marcas favoritas”, com a utilização de inteligência artificial nas ferramentas de mensagens e chat (diálogo online).

Baseado em Orlando, Flórida, o engenheiro formado no Instituto Superior Técnico está a fazer carreira na tecnologia nos Estados Unidos, um mercado que caracterizou como “muito bom” para dar o salto. “Em termos de juntar dinheiro e ter oportunidades de trabalho para crescer na carreira a qualquer altura e ir para qualquer lado, é sem dúvida o sítio para estar”, afirmou Ricardo Bandeira, que saiu de Portugal em 2012.

O português chegou à LivePerson este Verão para fazer pré-venda, apresentar a empresa em eventos nos Estados Unidos, explicar a tecnologia e fazer demonstrações do produto. Segundo revelou, a plataforma permite que empresas de telecomunicações, bancos, companhias aéreas ou retalhistas de outros sectores comuniquem com os clientes de forma personalizada, alternando agentes humanos e robôs de conversação, por SMS ou outros canais imediatos.

“Acabas por ter uma relação [com a marca] e isso é inovador no nosso espaço”, disse o responsável, indicando que uma das empresas que usa o serviço envia ofertas de bilhetes de cinema aos clientes que aderiram. “À medida que as gerações vão crescendo só usam mensagens, ninguém quer telefonar. Aqui as pessoas nem atendem”, explicou Bandeira. “Se se telefona às pessoas, elas acham que é rude. Gostam de falar quando têm tempo”.

Esta preferência dos utilizadores norte-americanos não está relacionada apenas com a adopção de tecnologia, mas também com as suas características sociais, o que o engenheiro português realça como uma das maiores diferenças da vida nos Estados Unidos. “Aqui é muito individualista, cada um na sua vida e não há aquela socialização como em Portugal”, descreveu, referindo também que sente a falta de um ambiente mais urbano em Orlando.

“É uma parte dos Estados Unidos ainda subdesenvolvida, com uma mentalidade e uma cultura retardada em relação ao norte dos EUA ou Londres, e em certas coisas também a Portugal”, disse.

Com a comunidade luso-americana mais próxima a 45 minutos de distância, a saudade da culinária portuguesa levou Ricardo Bandeira a aprender a fazer pastéis de nata e a ponderar lançar-se nesse negócio. “Criei a marca Tugas e estava a vender num café da zona”, contou, explicando que teve de suspender a actividade porque não conseguia dar vazão à procura. A intenção é voltar a pegar na ideia quando puder montar uma estrutura mais sólida, depois de perceber que existe mercado numa zona onde nem sequer há portugueses.

Antes da LivePerson, o percurso internacional de Ricardo Bandeira passou pela Aspect Software e Voxeo.

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