Sporting andou perdido até Vietto indicar o caminho

“Leões” triunfam sobre o Belenenses SAD, com dois golos do argentino no último quarto de hora, e aproximam-se do terceiro classificado, o Famalicão.

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LUSA/MIGUEL A. LOPES
Luciano Vietto
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Foi um caminho tortuoso aquele que o Sporting percorreu até regressar às vitórias na Liga portuguesa, depois de, há uma semana, ter perdido em Tondela. Os “leões” tinham um mapa e instruções muito específicas, mas perderam-se e tiveram de voltar para trás. Depois, andaram às voltas até encontrarem o caminho. Foi mais ou menos isto que aconteceu frente ao Belenenses SAD, em Alvalade. Os “verde e brancos” passaram mais de meio jogo sem saberem o que fazer, mas acabaram por garantir o triunfo, por 2-0, graças a dois golos de Luciano Vietto. O terceiro lugar ficou mais perto, mas o primeiro continua muito longe, tal como as exibições convincentes.

Embalado pelo sucesso europeu a meio da semana, e frente à equipa que o despediu nas primeiras semanas da época, Silas voltou a apostar num esquema com três centrais (Ilori, Neto e Coates), para além de promover à titularidade o jovem médio Rodrigo Fernandes, ele que tinha jogado um total de sete minutos em duas partidas pela equipa principal. Do lado dos “azuis” de Oeiras (os do Restelo são outros), Pedro Ribeiro contava com os velozes e experientes Licá e Varela, um par de antigos internacionais portugueses a fazer companhia ao jovem Robinho

Tudo o que Silas teria pensado para este jogo foi atirado pela janela ao fim de uma meia hora confrangedora por parte do Sporting. Zero de circulação, zero de ataque, zero de remates e zero de segurança defensiva. O Belenenses SAD também não contribuiu muito para a qualidade do jogo, mas, pelo menos, rematou — Renan desviou com alguma dificuldade um remate traiçoeiro de Licá. Já chega disto, terá por certo pensado o técnico “leonino” quando, aos 32’, mudou o perfil táctico da equipa para uma defesa a quatro.

Abdicou de um dos centrais (Neto), apostou em Rafael Camacho que iria finalmente ter tempo de jogo substancial. Com a entrada do ex-Liverpool, o Sporting melhorou, mas não muito. Assim que entrou, Camacho ganhou um canto e, desse canto, nasceu a única oportunidade de golo dos “leões”, um cabeceamento de Eduardo que André Moreira defendeu. E não vale a pena falar mais da primeira parte. 

Para o início da segunda, Silas voltou a mudar de ideias. Tirou Rodrigo Fernandes (que tinha um amarelo) e devolveu à equipa Doumbia. O costa-marfinense não foi um upgrade gigante em relação ao que se estava a passar, mas a equipa está mais habituada a ele.

Sem contribuírem muito para a qualidade do jogo, os “azuis” foram cumprindo o seu plano sem grandes sobressaltos, com escapadelas ocasionais e inconsequentes dos seus homens da frente, mas sem arriscarem verdadeiramente. Os “leões” foram crescendo no jogo, mais confortáveis com a sua “normalidade” táctica reposta, mas sem mostrarem grande poder de fogo — o Sporting precisa de avançados que marquem golos com mais facilidade.

À passagem da hora, lá foi para jogo o único ponta-de-lança do plantel, Luiz Phellype. Era a hora de arriscar para Silas, que já tinha perdido  as suas apostas da noite. Aos 74’, o jogo finalmente desbloqueou-se. A jogada começou em Bruno Fernandes, Phellype tentou a concretização, a bola bateu num defesa dos “azuis” e sobrou para um espectacular remate de Vietto, que bateu André Moreira pela primeira vez no jogo.

Pouco depois, aos 81’, Vietto voltou a marcar, depois de um cruzamento de Bolasie. O congolês parecia adiantado quando recebeu a bola, mas o VAR validou a jogada por cinco centímetros e confirmou o segundo do argentino no jogo e o seu terceiro da época. 

Nos 15 últimos minutos, o Sporting acabou por justificar a vitória, mas os 75 anteriores foram quase abaixo de zero. Valeu a Silas o Sporting ter vencido e, para todos os efeitos, já vai em sete vitórias em nove jogos.

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