Sp. Braga teve do Vitória de Guimarães aquilo que queria

Foi clara a dificuldade física dos anfitriões, sempre erráticos e ineficazes na pressão aos bracarenses.

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Jogadores do Braga festejam em Guimarães LUSA/HUGO DELGADO

O Sporting de Braga queria espaço para explorar em transições, apanhar o Vitória de Guimarães descompensado e impedir os criativos vimaranenses de decidirem com qualidade. Neste domingo, teve tudo isso. E venceu, com naturalidade, por 0-2, em jogo da ronda 11 da I Liga.

No D. Afonso Henriques, o derby minhoto foi, como habitualmente, “quentinho” e não faltaram entradas duras (Musrati escapou a uma expulsão) e muito nervosismo nos bancos (Sá Pinto viu cartão amarelo). Nesta partida, o Sp. Braga surgiu expectante, adoptando um bloco baixo e deixando o Vitória construir tranquilamente. O problema, para os vimaranenses, foi a incapacidade de colocar Lucas Evangelista em jogo, pouco passando da posse entre os centrais e de jogadas individuais de Edwards e Davidson – ambos muito em jogo, mas ambos pouco felizes.

No futebol, a incapacidade física de uma equipa pode medir-se ofensiva e defensivamente: com bola, pelos erros técnicos aparentemente pouco forçados. Sem bola, pelo tempo que um bloco defensivo demora a chegar ao portador da bola e pela incapacidade dos jogadores nos duelos. E, neste domingo, foi clara a dificuldade física do Vitória, sempre errático com bola, constantemente mal distribuído em campo e ineficaz na pressão aos bracarenses.

O Sp. Braga, com menos iniciativa, acabou por ser a equipa mais capaz de chegar à área contrária. Fê-lo logo aos seis minutos, com cabeceamento de Paulinho, e aos nove, com uma oportunidade flagrante desperdiçada por Ricardo Horta.

Com a equipa vitoriana a abusar dos passes falhados, não conseguindo capitalizar em lances perigosos – e muito menos em oportunidades de golo – a muita posse de bola que teve, o primeiro golo surgiu aos 24 minutos. E surgiu numa jogada que foi o espelho do jogo: muito espaço para jogar e o Vitória, desposicionado na transição defensiva, permitiu ao Sp. Braga progredir no terreno. A boa jogada colectiva terminou com cruzamento rasteiro de Esgaio e finalização de Paulinho – quarto golo no campeonato.

Já na segunda parte, depois de vários minutos de pouco interesse na partida (o Braga pareceu sempre confortável com um Vitória pouco capaz), a equipa de Sá Pinto voltou a marcar numa jogada que define a partida: duas perdas de bola do Vitória, sempre pouco feliz no passe, e Galeno rematou de fora da área, com sucesso.

O Sp. Braga foi a Guimarães à procura de espaço e de erros adversários e teve o que queria. E foi dessa forma que marcou, transportando, para a I Liga, o bom nível já demonstrado na Europa.

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