Cartas ao director

Gaguez e oratória

Rui Tavares, o historiador e fundador do Livre, é um dos intelectuais portugueses que admiro. Acompanho há muito as suas crónicas no PÚBLICO, onde alterna com João Miguel Tavares na última página do jornal. Não tenho qualquer dúvida que, sendo eleito deputado, poderia contribuir para elevar o nível de alguns debates. Assim não o entendeu Rui Tavares e assim apareceu à frente da lista por Lisboa, o único lugar com hipóteses de eleição, Joacine Moreira.

Bem sei que os cidadãos são iguais perante a Lei, como também sei que ser gago não retira a ninguém o direito a candidatar-se e ser eleito deputado na Assembleia da República. Da mesma forma que um coxo não pode ser impedido de participar numa maratona ou um surdo de querer aprender a tocar piano.

Se os discursos na AR já são difíceis de acompanhar, ou por falta de interesse dos assuntos em discussão ou por falta de dotes oratórios dos deputados, imaginem o esforço que será necessário fazer para acompanhar um discurso de Joacine de dez minutos! (…) E o sofrimento maior nem será o dos outros deputados, será sim o da própria Joacine Moreira. Não havia necessidade...

Helder Pancadas, Sobreda

Pinto vs. Snowden

Para um “marginal” tal qual eu, a nacionalidade deveria contar, e muito. Assim, perguntar-se-á: o que terá a mais Edward Snowden do que o nosso Rui Pinto? Se o primeiro pôs a descoberto e em perigo a segurança do país mais poderoso do mundo, o nosso Rui Pinto pôs a nu os cambalachos dos corruptos e poderosos de Portugal. E o que faz o poder instituído no nosso país, senão vergar-se aos cifrões da estranja, vendendo-se aos seus interesses e calando a voz daquele que pôs “a boca no trombone”, acerca do mundo corrupto que tem desgraçado e desgraça Portugal?

José Amaral, Vila Nova de Gaia

Horário escolar

Vários Estados dos EUA decidiram adiar o início do dia escolar, em cerca de 30 minutos, para os estudantes do ensino básico e secundário. Esta alteração tem como objectivo melhorar o desempenho escolar dos alunos, uma vez que, de acordo com o ciclo circadiano, os adolescentes necessitam de um maior período de sono, de manhã. Além disso, nas centenas de análises de controlo realizadas, as autoridades verificaram que as escolas que começam as aulas mais tarde registam menos atrasos, faltas, episódios de violência dentro das salas de aula e melhores notas. Já a Rand Corporation estima que um início do dia escolar mais tarde, em cerca de 30 minutos, poderia gerar um acréscimo do PIB de 80 biliões de dólares, na próxima década.

Para além do tempo que os estudantes passam em aula, que é um dos assuntos mais debatidos, seria interessante promover um debate relativamente ao início do horário escolar e procurar fixar uma hora que maximize a qualidade do ensino.

João António do Poço Ramos, Póvoa de Varzim

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