A gaguez de Joacine e a pequenez do nosso espaço público

A reação à gaguez de Joacine levanta uma questão mais profunda: porque é que em Portugal há tão poucos políticos com incapacidades?

Joacine Katar Moreira tornou-se o alvo favorito dos ataques na praça pública. Houve a bandeira da Guiné, a saia do assessor, a frase de Joacine acerca do carácter simbólico da sua presença num parlamento carregado de imagens coloniais. Depois, veio o facto de se ter feito representar no programa “Expresso da Meia-Noite”, alegando a razão mais que válida de ser mãe solteira de uma menina de três anos. Por esta razão, e por reivindicar a sua condição de mulher afro-descendente e ativista anti-racismo, Joacine foi criticada por personalizar excessivamente a política. A parte mais insidiosa de todos os ataques vem de quem utiliza um argumento pseudo-neutro, quase científico, de que a gaguez da deputada é um manifesto impedimento ao exercício do cargo para o qual foi eleita.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 36 comentários