Presidente da Fosun perde 10 lugares na lista dos milionários chineses

A China ficou com menos 48 milionários em 2018, tendo o líder da dona do BCP e Fidelidade caído no ranking para a 45ª posição. Desvalorizações bolsistas e cambiais explicam esta evolução.

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DRO DANIEL ROCHA

O número de milionários chineses caiu para 325 no ano passado, menos 48 do que em 2017, segundo um relatório conjunto da UBS e do PwC Billionaire Insights Report 2019, hoje divulgado.

Também a Hurun Report Inc, unidade de investigação sediada em Xangai e considerada a Forbes chinesa, revelou no início do ano que um número recorde de chineses tinha perdido aquele estatuto.

O presidente do grupo Fosun, Guo Guangchang, que detém várias empresas em Portugal, incluindo BCP e Fidelidade, caiu 10 lugares, para a 45.ª posição, detalhou a Hurun.

A fortuna pessoal de Guo, 52 anos, fixou-se este ano nos 57 mil milhões de yuan (7,3 mil milhões de euros).

Cerca de 103 chineses saíram da lista de bilionários da UBS / PwC, em 2018, mas 56 novos nomes foram adicionados. Um milionário chinês mudou de nacionalidade, no ano passado, detalhou o relatório.

O património líquido total estimado do grupo também diminuiu 12,3%, no mesmo período, a maior queda entre os mais ricos a nível global.

Uma depreciação de cerca de 6% da moeda chinesa, o yuan, face ao dólar norte-americano, contribuiu em cerca de metade para a queda.

Também a bolsa de Xangai, principal praça financeira da China, contribuiu para a queda, ao cair 25%, ao longo de 2018, o pior desempenho entre as praças financeiras globais.

O fenómeno reflecte ainda o impacto sobre a riqueza que incertezas geopolíticas prolongadas podem ter, sobretudo numa altura de desaceleração da economia doméstica.

“A China realmente teve uma trajectória incrível, mas em 2018 vimos volatilidade”, disse John Mathews, chefe de gestão de património privado da UBS.

A nível global, a riqueza total dos milionários caiu 4,3%, no ano passado.

“Em 2018, vimos a escalada da guerra comercial [entre China e Estados Unidos], a incerteza do Brexit, e a subida do dólar”, justificou Solita Marcelli, directora de investimentos das Américas na UBS Global Wealth Management.

“Tudo isto contribuiu para o declínio da riqueza dos milionários”, disse.

No entanto, num período de cinco anos até 2018, a fortuna dos milionários chineses quase triplicou para um total de 982,4 mil milhões de dólares (889 mil milhões de euros).

Durante aquele período, a China tornou-se o segundo país do mundo com mais milionários, atrás apenas dos Estados Unidos. No final de 2018, um em cada oito milionários era chinês, segundo o relatório.

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