Défice da balança comercial sobe 164 milhões em Setembro

Encerramento para manutenção da refinaria de Sines na primeira quinzena de Setembro justifica parte da subida nas importações de “combustíveis e lubrificantes” em mais de 40%.

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Daniel Rocha

As exportações de bens aumentaram 5,8% e as importações subiram 13,2% em Setembro face ao mesmo mês de 2018, recuperando da quebra de 4,5% registada em ambos os fluxos em Agosto, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo as Estatísticas do Comércio Internacional do INE, “destacam-se os acréscimos nas exportações e importações de ‘material de transporte’ (mais 19,8% e mais 30,1%, respectivamente) e nas importações de ‘combustíveis e lubrificantes’ (mais 40,4%)”.

Excluindo os ‘combustíveis e lubrificantes’, em Setembro as exportações aumentaram 7,2% e as importações cresceram 10,3% (menos 0,1% e mais 4,0%, respectivamente, em Agosto de 2019).

No mês em análise, o défice da balança comercial de bens atingiu 1802 milhões de euros, mais 518 milhões de euros do que no mês homólogo de 2018, sendo que, excluindo os combustíveis e lubrificantes, o saldo foi negativo em 1195 milhões de euros, deteriorando-se em 234 milhões de euros face a Setembro de 2018. Face ao saldo de 1638 milhões de euros registado um mês antes, em Agosto de 2019, o défice da balança comercial agravou-se em 164 milhões de euros. 

No terceiro trimestre de 2019, as exportações e as importações aumentaram 1,2% e 6,3%, respectivamente, face ao mesmo período de 2018 (menos 3,6% e mais 0,5%, pela mesma ordem, no trimestre terminado em Agosto de 2019).

De acordo com o INE, em termos das variações homólogas mensais, o aumento de 5,8% das exportações e de 13,2% das importações em Setembro “foi principalmente resultado da evolução registada no comércio intra-UE (mais 5,6% nas exportações e mais 13,1% nas importações).

Relativamente às variações face ao mês anterior, “em Setembro de 2019 as exportações aumentaram 29,0% (-28,6% em Agosto de 2019) e as importações cresceram 23,3% (menos 24,2% em Agosto de 2019)”, com as variações registadas em ambos os fluxos a serem “também resultado principalmente da evolução do comércio intra-UE (mais 35,7% nas exportações e mais 22,4% nas importações)”.

Segundo o INE, “os aumentos verificados face ao mês anterior podem estar em parte relacionados com a recuperação da actividade por algumas empresas após registarem paragens para férias no mês de Agosto”.

Numa análise por grandes categorias económicas de bens, em Setembro face ao mês homólogo de 2018,” os maiores acréscimos registaram-se nas exportações e nas importações de ‘material de transporte’ (mais 19,8% e mais 30,1%, respectivamente) e também nas importações de ‘combustíveis e lubrificantes’ (mais 40,4%)”.

Já o acréscimo do ‘material de transporte’ em ambos os fluxos resultou principalmente dos aumentos de ‘outro material de transporte’ (maioritariamente aviões).

Nas importações, o INE nota que o acréscimo de ‘combustíveis e lubrificantes’ “refere-se essencialmente a ‘produtos transformados’, justificado em parte com o encerramento para manutenção da refinaria de Sines na primeira quinzena de Setembro”.

Esta paragem na refinaria, refere, “terá também contribuído para o decréscimo de 18,2% nas exportações de ‘combustíveis e lubrificantes’ (o único decréscimo na globalidade das grandes categorias económicas em ambos os fluxos)”.

Tendo em conta os principais países de destino em 2018, destacam-se em Setembro de 2019 os acréscimos nas exportações para a Alemanha (mais 11,8%) e para França (mais 9,4%).

Já no que se refere às importações, os principais aumentos registaram-se nos fluxos provenientes de Espanha, França e Alemanha (mais 8,6%, mais 33,8% e mais 14,3%, respectivamente), sobretudo de ‘combustíveis e lubrificantes’ de Espanha e de ‘material de transporte’ de França e Alemanha.

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