Aluno suspeito de agredir colega em Campo Maior suspenso e com processo disciplinar

A rapariga, também de 16 anos, foi agredida na terça-feira à tarde no recinto escolar e continua hospitalizada em Lisboa.

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Daniel Rocha

O aluno de 16 anos suspeito de agredir uma colega na Escola Secundária de Campo Maior, em Portalegre, foi suspenso durante dez dias e alvo de um processo disciplinar, disse esta quinta-feira à agência Lusa fonte do Ministério da Educação.

A rapariga, também de 16 anos, foi agredida na terça-feira à tarde no recinto escolar e está hospitalizada em Lisboa. “O aluno suspeito de agressão foi de imediato suspenso preventivamente, durante dez dias, e foi-lhe instaurado um processo disciplinar”, indicou o Ministério da Educação (ME).

Segundo a mesma fonte, aluna agredida continua internada no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, com um “quadro clínico estabilizado”. Indicando que o caso está entregue às autoridades, a tutela refere que os seus serviços “estão em contacto permanente com a escola, tendo disponibilizado o apoio necessário”. “O Ministério da Educação repudia veementemente todas as formas de violência, em particular em ambiente escolar, e convida todos os encarregados de educação para uma atitude proactiva de prevenção de comportamentos violentos e de desrespeito”, lê-se na nota enviada à Lusa.

De acordo com o que o porta-voz da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA), Ilídio Pinto Cardoso, indicou esta quarta-feira ao PÚBLICO, a rapariga deu entrada nas urgências do hospital de Portalegre durante a tarde de terça-feira com “sinais de agressão graves” na cabeça e no rosto, num “estado considerado grave”.

“A jovem deu entrada nas urgências do Hospital José Maria Grande, em Portalegre, foi avaliada e estabilizada pela equipa pediátrica e foi vista pela equipa cirúrgica. Por precisar de cuidados diferenciados e por se encontrar destabilizada foi transferida para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa”, disse, acrescentando que a menor foi diagnosticada de imediato com traumatismos craniofaciais.

Contactada pela Lusa, a coordenadora da União de Sindicatos do Norte Alentejano (USNA), Helena Neves, alertou que na escola de Campo Maior, onde ocorreram as agressões, o número de funcionários, um total de 17, para cerca de 800 alunos “é insuficiente”. “Do nosso ponto de vista, o rácio é incorrecto, um funcionário para 50 alunos é claramente insuficiente, tendo em conta o aumento destes fenómenos de violência. Em segundo lugar, o rácio, estando a ser cumprido, mesmo assim, ainda torna a situação pior, porque estes trabalhadores estão distribuídos e não estão entregues à função da vigilância”, disse.

O “crescente” número baixas entre os funcionários é outro dos problemas que a USNA aponta, sublinhando que se trata de uma “consequência da intensificação do ritmo de trabalho”. “Há intensificação do ritmo de trabalho, há mais baixas, há menos trabalhadores, há mais trabalho. É um círculo vicioso que tem de ser resolvido de duas formas: alterar urgentemente o rácio e tornar mais céleres os processos de recrutamento para as escolas, pois há, desde Junho, um processo aberto de recrutamento para a escola de Campo Maior”, disse Helena Neves.

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