FC Porto perde em Glasgow e já é último

Dragões entraram confiantes e dominadores, estiveram perto de marcar, mas voltaram a tremer, não evitando um final doloroso e a queda para a cauda do grupo.

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Os "dragões" cairam com estrondo na Escócia LUSA/ROBERT PERRY

O FC Porto cumpriu esta quinta-feira em Glasgow uma dolorosa tradição e voltou a sair derrotado (2-0) por um Rangers pouco expansivo, mas letal na hora de decidir. Morelos não perdoou e o “dragão” capitulou, caindo para o último posto do Grupo G na Liga Europa, comprometendo as aspirações de atingir os 16 avos-de-final, apesar do equilíbrio do grupo.

Depois das facilidades consentidas no Dragão, Sérgio Conceição idealizou uma estratégia que pretendia mais fiável e, simultaneamente, capaz de baralhar Gerrard para fugir à teia do Rangers. Nem que para tal fosse necessário prescindir da arte de Luis Díaz e de uma dupla presença na área. Sem Marega, o técnico portista confiou a tarefa solitária de prender a defesa escocesa a Soares, com o deambulante Corona em constante movimentação, sempre em buscas de uma brecha para silenciar o intimidante Ibrox. Zé Luís ficava no banco e Aboubakar na bancada.

Mas as principais alterações ficaram reservadas para o sector mais recuado, onde Alex Telles recuperou o flanco esquerdo, reservando a Manafá uma posição híbrida, na direita, com autorização para atacar, mas sem descurar as obrigações defensivas. Até porque o veloz Ryan Kent espreitava uma oportunidade, apesar de todo o apoio e solidariedade de Mbemba, o terceiro central portista numa noite com entrada forte dos “dragões”.

A estratégia parecia estar a resultar em pleno, com o Rangers a limitar-se a suportar um cerco que só não foi perfeito porque aos 8 minutos o médio Kamara tirou sobre a linha de baliza o golo a Pepe.

Morelos, a grande referência atacante dos “protestantes”, insinuava-se numa ronda junto à área portista sem, contudo, encontrar o mapa do tesouro, mesmo quando o FC Porto ameaçava entregá-lo, com Otávio a errar demasiadas transições em zonas complicadas e a quebrar os equilíbrios que Danilo e Uribe tentavam promover.

Depois de Soares ter deixado mais ou menos claro que não atravessa um momento particularmente brilhante, falhando em situações de finalização simples, os “dragões” acabaram por acusar a ansiedade potenciada pelas falhas caricatas de Marcano, contagiado pela desconcentração crescente. Erros que poderiam ter dado o impulso pretendido por Steven Gerrard para passar a dominar o jogo, repetindo a exibição na segunda parte do duelo do Dragão.

Mas nem FC Porto nem Rangers mostravam capacidade para assumir, com maior convicção, uma posição de autoridade, arrastando a discussão para uma segunda parte que começou com a lesão de Pepe, rendido por Luis Díaz logo nos primeiros minutos. Conceição era forçado a desmontar o esquema e aproveitava para trocar Soares por Zé Luís. Contudo, com 20 minutos decorridos, o FC Porto não conseguia qualquer remate.

E quando ameaçou marcar, o desvio de Manafá foi desviado em lance polémico, de possível penálti que o VAR poderia ter ajudado a escrutinar. Sem videoárbitro, o Rangers aproveitava para marcar pelo inevitável Morelos. O “dragão” não estava preparado para tamanho soco no estômago e quatro minutos depois capitulava num lance infeliz de Marcano, a desviar remate de Davis e a deixar Marchesín sem hipóteses de evitar o segundo da noite e a sentença escocesa.

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