Pedida aprovação europeia para segunda vacina do ébola

Laboratório farmacêutico solicita aprovação para sua vacina para o vírus ébola, depois de a Agência Europeia do Medicamento ter recomendado a comercialização de vacina de uma outra empresa.

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Caixão de criança que morreu de ébola na República Democrática do Congo em Março de 2019 BAZ RATNER/Reuters

A empresa Johnson & Johnson pediu a aprovação dos reguladores europeus para a sua vacina experimental para protecção contra o vírus do ébola aplicada em duas doses, anunciou esta quinta-feira o laboratório farmacêutico. Este pedido surge menos de um mês depois de a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter emitido uma recomendação para a comercialização na União Europeia da vacina contra o vírus do ébola da empresa Merck Sharp & Dohme.

A Johnson & Johnson disse que submeteu os seus pedidos de autorização de comercialização à EMA para que a sua vacina combata a estirpe Zaire do vírus do ébola, que causa os surtos mais frequentes desta doença mortal.

A vacina da Johnson & Johnson é administrada em duas doses com oito semanas de intervalo: a primeira dose foi desenvolvida com tecnologia da própria Johnson & Johnson e a segunda com tecnologia da empresa de biotecnologia dinamarquesa Bavarian Nordic.

Os pedidos de autorização da Johnson & Johnson são fundamentados nos resultados de cerca de dez estudos que testaram a vacina em crianças e adultos, informou a empresa, acrescentando que também está a discutir com a FDA (a agência dos medicamentos e alimentos dos EUA) os dados que serão necessários para a aprovação nos Estados Unidos.

Declarado em Agosto de 2018, o actual surto de ébola já matou mais de 2000 pessoas. Este surto é apenas ultrapassado pelo que decorreu entre 2013 e 2016 no Oeste de África que causou mais de 11.300 mortes.

A vacina recomendada para aprovação para comercialização pela EMA necessita de apenas uma dose e foi elogiada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “um triunfo para a saúde pública” que pode salvar muitas vidas.

Este mês, as autoridades de saúde da República Democrática do Congo introduziram a vacina da Johnson & Johnson para combater o actual surto de ébola nas províncias do Leste do país, onde também já se está a usar a vacina da Merck. A empresa Janssen, que faz parte da Johnson & Johnson, está a trabalhar em colaboração com a OMS para que esta nova vacina para o ébola seja introduzida nos países em África, adiantou ainda a empresa.

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