Directora-geral do CERN reconduzida no cargo, a primeira vez que tal sucede

A física Fabiola Gianotti foi primeira mulher a assumir a liderança do Laboratório Europeu de Física de partículas, na Suíça.

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A física Fabiola Gianotti VALENTIN FLAURAUD/EPA/LUSA

A física italiana Fabiola Gianotti vai ser reconduzida no cargo de directora-geral do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN), anunciou a instituição, salientando que é a primeira vez que tal sucede. Fabiola Gianotti, de 59 anos, é directora-geral do CERN desde 1 de Janeiro de 2016, sendo a primeira mulher a assumir tal cargo.

O Conselho do CERN indicou a física italiana para um segundo mandato de cinco anos, que se iniciará em 1 de Janeiro de 2021. A sua nomeação será formalizada em Dezembro. Em comunicado, o CERN refere que é a primeira vez que um director-geral é designado para um segundo mandato.

O CERN, do qual Portugal é um dos países membros, tem o maior acelerador de partículas subatómicas do mundo, o LHC, que entrou em Dezembro de 2018 numa nova paragem técnica, que se prolongará até à Primavera de 2021. Nessa altura, a máquina voltará a colidir protões, a uma energia ligeiramente superior à actual, potenciando a descoberta de novos fenómenos físicos, depois de concluídos os trabalhos de beneficiação em curso.

Ao mesmo tempo que decorre esta paragem técnica, continuam as obras de construção civil iniciadas em Junho de 2018 e que visam melhorar o desempenho do acelerador a partir de 2026, altura em que a máquina começará a produzir mais colisões e mais dados, no modo de alta luminosidade.

O acelerador permitiu confirmar importantes descobertas como, em 2012, o bosão de Higgs, partícula elementar que explica como as outras partículas adquirem a sua massa.

Em Setembro último, uma delegação portuguesa de mais de 50 pessoas, incluindo empresários, engenheiros e cientistas, visitou o Laboratório Europeu de Física de Partículas para reforçar a participação de Portugal em novos projectos científicos, tecnológicos, de construção e fornecimento de equipamentos.

No acelerador – um túnel circular de 27 quilómetros, a 100 metros de profundidade, que atravessa a fronteira franco-suíça – são geradas colisões de protões e iões pesados a altas energias para se compreender melhor a composição do Universo.

A máquina, que completou 11 anos em Setembro, tem uma “esperança de vida” até 2040. Em 2025, decisões terão de ser tomadas quanto à construção de um novo acelerador de partículas.

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