Judite Sousa anuncia saída da TVI

Directora-adjunta de informação do canal de Queluz de Baixo encontrava-se de baixa médica desde as férias de Verão. Ao PÚBLICO, a jornalista avança que esta é uma decisão pessoal que nada tem a ver com a venda da Media Capital.

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Pedro Cunha/arquivo

Judite Sousa decidiu anunciar, através das redes sociais, que está de saída da TVI. A directora-adjunta de informação do canal de Queluz de Baixo tem estado ausente dos ecrãs desde Setembro. Agora, publicou no Instagram um texto em que dá conta da sua decisão. O canal, que pertence ao grupo Media Capital, que vai ser vendido, confirmou esta saída. “Era a vontade dela”, diz a responsável pela comunicação Helena Forjaz.

“Depois de uma longa e serena ponderação, decidi terminar a minha relação profissional com a TVI”, começa por escrever a jornalista que iniciou a sua carreira na RTP, onde esteve três décadas até aceitar acompanhar José Alberto Carvalho, em 2011, na mudança para aquela estação. O jornalismo entrou na vida de Judite Sousa aos 18 anos, conta no seu site pessoal.

A directora-adjunta, no Instagram, avança que se passaram oito anos em que lhe foi permitido ter “total liberdade” para trabalhar. “Vivenciar a paixão pelo jornalismo com sentido de dever e responsabilidade ao serviço de uma empresa privada”, continua. No mesmo sentido vai o comunicado da TVI, confirmando que a “directora-adjunta de Informação da TVI e da TVI24, jornalista e apresentadora de programas de informação, deixará de ter um vínculo contratual com a estação”.

“Por vontade sua, e depois de um longo percurso em que a jornalista dedicou a vida profissional à informação e ao sector, de forma isenta e profissional e com o inequívoco reconhecimento dos espectadores e dos portugueses pelo mundo fora, as partes chegaram a acordo relativamente ao término deste vínculo profissional”, refere o comunicado, confirmando também que foi Judite Sousa quem demonstrou vontade de sair. “A TVI, tendo acedido, não pode deixar de mencionar e realçar o enorme reconhecimento do profissionalismo e da dedicação que sempre pautaram a conduta de Judite Sousa”.

Para a ex-directora-adjunta de informação da TVI e TVI24, “este é o momento para expressar gratidão a todos os meus companheiros de trabalho das diferentes áreas da empresa”. A jornalista confessa que os últimos anos “foram particularmente difíceis”. “Mas em palavras ou na reserva do silêncio, entendi sinais de conforto”, acrescenta, sem nunca fazer referência se o que a faz abandonar o canal é a sua vida pessoal ou profissional. Recorde-se que a jornalista perdeu o filho, de 29 anos, em 2014, num acidente. Em 2017, por altura do lançamento do livro Pensar, Sentir, Viver, que escreveu em parceria com o psiquiatra Diogo Telles Correia, sobre saúde mental, confessava ao PÚBLICO que embora o título não fosse sobre a sua dor, aquela “está implícita, mas não explicita no livro”.

“Quero expressar o meu agradecimento ao José Alberto Carvalho que me desafiou para esta viagem, com amizade, em 2011. Quero igualmente agradecer ao Sérgio Figueiredo as oportunidades profissionais que me proporcionou nestes últimos quatro anos e que me ajudaram a ultrapassar momentos mais difíceis da minha existência. Finalmente, uma palavra aos espectadores da TVI cujo carinho e apoio nunca me faltaram”, conclui. Também a estação agradece a Judite Sousa por “ter percorrido estes últimos oito anos ao lado da TVI e desejamos todo o sucesso pessoal e profissional no futuro”. Contactado, José Alberto Carvalho disse desconhecer a decisão da jornalista. 

Aos 58 anos, a jornalista tem uma carreira que começou na redacção do Porto da RTP, mas foi a experiência no “terreno” que a fez sobressair. “Entrei muitas vezes num avião sem saber como iria regressar. Foram as reportagens como enviada especial em cenários por vezes muito duros que ajudaram a construir a jornalista e a mulher que sou e que me deram músculo para enfrentar as maiores adversidades da minha vida”, diz no seu site, onde assinala que passou por cenários de guerra em vários continentes, incluindo a guerra da Bósnia, no início da década de 1990. 

Notícia actualizada diz 7/11/2019, às 10h16: Foi acrescentada informação com base no comunicado da TVI.

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