A poucos dias das celebrações dos 30 anos da queda do Muro de Berlim, a cidade decidiu expulsar os actores que se vestem de soldados norte-americanos do Checkpoint Charlie, a célebre passageira fronteiriça entre as duas Alemanhas dos tempos da Guerra Fria, hoje em dia uma grande zona turística.
De futuro, os turistas vão encontrar o cenário alterado, sem estes figurantes presentes. Há mais de duas décadas que actores, com uniformes militares, estavam pela área, esperando os turistas para ganharem algum dinheiro com as fotos.
Segundo o grupo de actores, conhecido como Dance Factory, os visitantes é que decidem contribuir voluntariamente pela sua participação nas fotos. Mas, após algumas queixas, adianta a BBC, uma investigação policial revelou que na verdade há um preço de tabela (4 euros) e que os actores assediavam os turistas e ofendiam os que se recusavam a pagar, tendo, inclusive, atitudes agressivas.
As autoridades locais de Friedrichshain-Kreuzberg, o distrito de Berlim que abrange a zona, decidiram pôr fim ao negócio e expulsar os “soldados americanos”, proibindo-os de explorar os turistas, uma decisão semelhante à que Roma tomou em relação a pessoas vestidas de gladiadores no centro da cidade.
Por Berlim, há muitas vozes críticas contra o que é chamado de “disneyficação” da área histórica de Checkpoint Charlie, “entre lojas de bugigangas e cadeias de fast-food”, como escreve a Deutsche Welle, que lembra que o director de Turismo de Berlim, Burkhard Kieker, disse recentemente ao jornal Tagesspiegel que a zona se tornou “ofensiva para os olhos”.