Chiang Mai: um centro religioso no norte da Tailândia

Em Chiang Mai há mosteiros e monumentos religiosos por todo o lado. Dizem que são mais de trezentos.

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Augusto Lemos

Chiang Mai, com 1,6 milhões de habitantes é a sexta cidade da Tailândia. Embora nas redondezas existam ofertas ligadas à natureza, aos elefantes e até um museu de insectos são os templos budistas que acabam por fazer parte de todos os roteiros.

Normalmente selecciono dois ou três lugares para visitar e costumo também diversificar as escolhas. Acontece que Chiang Mai parece um grande centro religioso. Há mosteiros e monumentos religiosos por todo o lado. Dizem que são mais de trezentos. Além duma feira de artesanato só visitei lugares religiosos budistas.

Alguns templos ficam no centro de Chiang Mai, num quadrado, que corresponde à muralha medieval e que sobressai para quem vê o mapa. Ficam aqui os templos de Wat Lok Molee ou de Wat Phra Singh.

Mas o templo mais concorrido fica a cerca de dez quilómetros do centro e por isso tivemos de ir de tuk-tuk que partilhamos com duas meninas alemãs. Estou a falar de Wat Prathat Doi Suthep. Fica no alto de um monte e lá no cimo onde estacionam os tuk-tuk já há imensas lojas de recordações. Depois começa-se a subir escadas e mais escadas com budas por todo o lado. A partir de certa altura é preciso comprar um bilhete e um funcionário pergunta-nos de onde somos e a seguir diz “bom dia” e “obrigado” na língua respectiva. Fiquei um bocado a observar e vi que ele falava muitas línguas. Chegados ao cimo de mais outra escadaria entra-se no recinto sagrado, obviamente sem calçado. Cheira a ouro por todo o lado. Não tenho a certeza se tudo é ouro, mas o que é certo é que tudo é dourado, todas as estátuas e todas as restantes decorações.

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Augusto Lemos

Junto a uma das antigas portas de Chiang Mai, a Thapae Gate, mas do lado de fora, existe uma excelente feira de artesanato. E, no dia em que lá fomos até ia haver um espectáculo de música.

O templo de Wat Phra Singh ficava a 200 metros do hostel onde estávamos instalados. Tivemos muita sorte porque naquele dia ia haver uma cerimónia religiosa e assistimos aos preparativos da mesma, a colocação de altares e o desenrolar de grandes tapetes vermelhos.

Fomos jantar ao P.P., que fica na Arak Road, perto da porta medieval Pratu Suan Dok, que é oposta à porta da feira de artesanato. O restaurante até podia ter alguns turistas, mas era um restaurante de comida tailandesa para tailandeses. Paga-se 199 bath (quase 6 euros) e depois come-se e bebe-se à descrição (só se paga mais se quisermos cerveja). E o mais engraçado é que nos colocam na mesa dois recipientes com fogo por baixo, um deles para cozer e o outro para grelhar. Depois é só ir escolher o que se quer, trazer para a mesa e preparar…

No terceiro dia fomos para Bangkok no comboio das cinco da tarde. Aproveitamos a manhã para visitar o monumental templo de Wat Chedi Luang que tem no centro uma pirâmide que deve ter tido imagens de elefantes a ornamentá-la a toda a volta. Em algumas faces ainda os tem e noutras vê-se o lugar onde estiveram. Num dos lados tem pequenos altares com referências ao horóscopo chinês podendo-se dar esmolas para proteger os vários animais que são referenciados. Foi só nesse dia que soube que o meu signo chinês era o coelho.

Quando chegámos à estação de comboios de Chiang Mai até parecia que estávamos a entrar num centro religioso. Budas e outras imagens relacionadas com o budismo por todo o lado além das decorações. Até tinha um espaço com um monge para quem quisesse falar com ele.

A carruagem que nos ia levar a Bangkok também foi uma surpresa. O normal das carruagens cama são cabines de 4 ou de 6 pessoas. Neste comboio na Tailândia foi bem diferente, as carruagens não têm compartimentos, são abertas com lugares dois a dois, um em frente ao outro. À noite, os lugares de baixo unem-se formando uma cama e em cima numa espécie de gaveta vai surgir uma outra cama. E há redes, gavetas em rede por todo o lado para armazenar as bagagens. Quando queremos dormir só temos mesmo é de correr uma cortina.

E lá fomos a caminho de Banguecoque…

Augusto Lemos

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