Perfil Perdido é o novo espectáculo de Marco Martins e estreia-se no Festival de Istambul

O espectáculo protagonizado por Beatriz Batarda e Romeu Runa terá um ciclo nacional que passa por Teatro Nacional São João, o Centro Cultural Vila Flor, o Cine-Teatro Louletano e culmina com a estreia em Lisboa, no Teatro São Luiz.

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Cena de Perfil Perdido Marco Martins
Marco Martins
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Marco Martins Miguel Manso

Perfil Perdido, o novo espectáculo de Marco Martins, tem estreia absoluta no dia 28 de Novembro, na sala DasDas, na Turquia, no âmbito da 23.ª edição do Festival de Teatro de Istambul, disse à Lusa fonte da produção. Em Maio do próximo ano, Perfil Perdido, que é protagonizado por Beatriz Batarda e Romeu Runa, será apresentado no Teatro Nacional São João. Seguem-se o Centro Cultural Vila Flor, o Cine-Teatro Louletano e culminando com a estreia em Lisboa, no Teatro São Luiz, em Dezembro de 2020, acrescentou a mesma fonte.

Neste trabalho, o cineasta de Alice e S. Jorge –​ que desenvolveu para palco o projecto Provisional Figures -​ Great Yarmouth, e também encenou As Criadas, de Jean Genet parte da relação pai-filho para abordar questões como género, filiação, domesticidade, animalidade e humanidade.

A condição de ascendência e descendência, “entre muitos outros sentidos possíveis que o espectáculo gera a cada apresentação”, é a essência deste trabalho do criador nascido em Lisboa, em 1972, formado pela Escola Superior de Teatro e Cinema, do Instituto Politécnico de Lisboa, em 1994.

À semelhança do projecto anterior, Provisional Figures, trabalhado e estreado com a comunidade migrante na cidade pesqueira de Great Yarmouth, em Norfolk, Reino Unido, em 2018, Perfil Perdido é criado em palco, em estreita colaboração com os artistas. Não é um espectáculo fechado. “Em constante mutação”, a peça inspira-se em textos de autores como Sophie Calle, Siri Hustvedt, Franz Kafka, Édouard Louis, Peter Kubelka, George Oppen, Richard Tuttle, Sylvia Plath, Philip Roth, Sófocles e William Shakespeare.

Perfil Perdido cruza assim várias linguagens e referências literatura, performance, dança, música ou ilusionismo  para criar um terreno imprevisível de reacções, perspectivas e emoções, tanto no palco como na plateia, sublinhou a produção à Lusa.

Os trabalhos de estúdio para Perfil Perdido iniciaram-se há cerca de um ano. Durante este período, a equipa realizou residências artísticas, em locais como o Centro de Artes Performativas do Algarve (dVIR/CAPa), em Faro, no Cine-Teatro Louletano, em Loulé, no espaço CentQuatre, em Paris, e em O Espaço do Tempo, em Montemor-o-Novo.

Perfil Perdido é uma criação da plataforma artística Arena Ensemble, fundada por Marco Martins e Beatriz Batarda, em 2007, um espaço de partilha em que os dois criadores conjugam os seus trajectos individuais ao mesmo tempo que procuram novas formas e linguagens teatrais e performativas. Provisional Figures - Great Yarmouth (2018), Actores (2018), Todo o Mundo É um Palco (2017), Quando o Inverno Chegar (2007) ou De Homem para Homem (2008) contam-se entre os projectos do Arena Ensemble. Trabalhos com a comunidade cigana de Sanguedo, de Santa Maria da Feira, em Baralha, em 2010, e com os trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, em 2012, ambos em colaboração com o Centro de Teatro e Artes de Rua (CCTAR), constam também do currículo da plataforma artística.

Perfil Perdido  tem música original de Tiago Cerqueira, cenografia de Fernando Ribeiro, desenho de luz de Nuno Meira e desenho de som de Sérgio Milhano. O espectáculo é uma produção do S. Luiz Teatro Municipal, de Lisboa, do Teatro Nacional S. João, do Porto, do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, e do Cine-Teatro Louletano, em Loulé.

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