O “tri” dos Springboks voltou a unir a África do Sul

Sul-africanos contrariaram o favoritismo da Inglaterra e venceram com justiça a final do Campeonato do Mundo, em Yokohama

,Equipe nacional da união de rugby da África do Sul
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,Copa do Mundo de Rugby de 2019
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Joanesburgo, em 1995. Saint-Denis, em 2007. Yokohama, em 2019. Pela terceira vez, a primeira após a morte de Nelson Mandela, os Springboks voltaram a unir a África do Sul. Derrotados pela Nova Zelândia no primeiro jogo que fizeram no Campeonato do Mundo, os sul-africanos fizeram no Japão uma competição em crescendo e, no momento decisivo, mostraram a consistência que os caracteriza. Frente a uma Inglaterra que entrou em campo como favorita, o “XV” de Rassie Erasmus foi superior e, com a segunda maior diferença pontual em finais de um Mundial (32-12), Siya Kolisi levantou a taça Webb Ellis.

Poucos segundos depois de Handre Pollard colocar a bola fora do relvado e confirmar o “tri” dos Springboks, as palavras de Siya Kolisi refectiram na perfeição a importância para os sul-africanos de mais uma conquista no râguebi. Assumindo o legado de  Mandela, o capitão sul-africano, que cresceu numa zona pobre dos subúrbios de Port Elizabeth, destacou uma equipa “com jogadores de diferentes backgrounds e de diferentes raças”, mas que esteve unida com um objectivo: “Espero que tenhamos conseguido mostrar à África do Sul que, unidos, podemos atingir as nossas metas. O treinador [Rassie Erasmus] disse-nos no último jogo que já não estávamos a jogar por nós. Estávamos a jogar por quem estava no nosso país. Agradeço a todos os sul-africanos: os sem-abrigo, os que vivem nas zonas rurais ou nas cidades… Podemos alcançar qualquer coisa se trabalharmos como um só.”

O discurso emocionado de Kolisi foi o reflexo da prestação dos Springboks durante os 80 minutos. Ao contrário do que tinha acontecido em 2007, quando sul-africanos e ingleses também se defrontaram na final do Mundial, desta vez o favoritismo era da Inglaterra. Se há 12 anos, em França, os britânicos tinham chegado à final com prestações pouco convincentes e com uma pesadíssima derrota sofrida diante dos sul-africanos na fase de grupos (36-0), desta vez a Inglaterra estava ainda imbatível e tinha atingido a derradeira partida após deixar de fora da prova, com exibições tremendas, os outros “gigantes” do hemisfério sul: Austrália nos “quartos” (40-16), Nova Zelândia nas “meias (19-7).

Só que, em Yokohama, Rassie Erasmus mostrou ter a lição muito bem estudada. Após dois anos a trabalhar na Irlanda (Munster), Erasmus pegou em 2017 numa equipa sul-africana repleta de problemas — entre Agosto e Novembro de 2016, conseguiu apenas uma vitória em nove jogos — e construiu um grupo coeso, que conseguiu recolocar em campo o ADN dos Springboks: um jogo extremamente físico, mas simples e, acima de tudo, objectivo. 

E foi assim que Erasmus ganhou o braço-de-ferro a Eddie Jones. Se o técnico australiano da Inglaterra tinha preparado de forma perfeita a meia-final contra os All Blacks, desta vez foi a África do Sul que nunca deixou os ingleses entrarem em jogo e, tal como em 2007, o “XV da Rosa” acabou a final sem conseguir marcar qualquer ensaio.

Com Handré Pollard implacável no jogo ao pé (seis penalidades e duas conversões), o merecido toque de génio na final chegou nos últimos 15 minutos. Com dois ensaios espectaculares dos dois pontas (Mapimpi e Cheslin Kolbe), a África do Sul colocou 20 pontos de diferença no marcador e voltou a fechar um ciclo.

Pela terceira vez, sempre com intervalos de 12 anos, os Springboks são campeões do mundo.

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