Ministério da Agricultura alerta para aumento de dispersão da praga dos citrinos

“Foi detectado, em Outubro, um incremento da dispersão da praga no território nacional, designadamente na região do Centro do país, onde se localiza um número significativo de viveiros de plantas cítricas”, afirma o Ministério da Agricultura em comunicado.

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Paulo Pimenta

O Ministério da Agricultura alertou esta quinta-feira para um aumento, este mês, da dispersão da praga dos citrinos, denominada de Psila Africana, sobretudo na região Centro, apesar das medidas implementadas para tentar travar o problema.

“Foi detectado, em Outubro, um incremento da dispersão da praga no território nacional, designadamente na região do centro do país, onde se localiza um número significativo de viveiros de plantas cítricas”, afirma o Ministério da Agricultura em comunicado.

Em causa está Trioza erytreae, ou Psila Africana dos Citrinos, considerado um organismo de quarentena na União Europeia (UE), explica o Ministério liderado por Maria do Céu Albuquerque.

A mesma fonte sublinha que “este insecto, para além de provocar estragos directos, é vector da doença dos citrinos, a qual pode afectar seriamente a produção de citrinos a nível nacional e europeu”.

A doença ainda não foi detectada na UE mas, “existindo o vector, a probabilidade da sua entrada e dispersão é elevada”, acrescenta a tutela.

O ministério refere que nas primeiras detecções de Trioza erytreae em Portugal, em 2014, foram estabelecidas medidas de controlo nas zonas afectadas, mas apesar das acções de monitorização no terreno pelas Direcções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), em Outubro verificou-se um aumento da dispersão da praga.

Os serviços do Ministério da Agricultura “têm realizado todas as acções possíveis, nomeadamente a emissão de ofícios circulares divulgando as medidas fitossanitárias aplicadas para controlo do insecto, a definição e actualização de zonas demarcadas e zonas de vigilância e o estabelecimento de requisitos técnicos para a produção e comercialização de citrinos, conscientes do impacto das medidas fitossanitárias no sector viveirista”, lê-se no comunicado.

“Dada a importância da mesma para a economia regional e nacional, a DGAV [Direcção Geral de Alimentação e Veterinária] e a DRAP do Centro, atendendo à previsão da dispersão do insecto, têm vindo a trabalhar com o sector viveirista, alertando para a necessidade de reconversão da forma de produção de plantas e fornecendo informação técnica sobre os requisitos a serem seguidos para a construção das estruturas”, indica o Ministério.

O gabinete de Maria do Céu Albuquerque lembra que foi disponibilizada uma verba de dois milhões de euros, do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), para apoio a investimentos em viveiros para a produção de plantas de citrinos ou outras rutáceas, especifica para o sector viveirista, mas “as candidaturas apresentadas ficaram, no entanto, abaixo do valor de apoio disponibilizado”.

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