EGEAC já nota abrandamento do turismo e prevê queda maior em 2020

Empresa de cultura está preocupada com a degradação da Rosa dos Ventos em frente ao Padrão dos Descobrimentos e quer adequar horários das iniciativas aos horários dos transportes públicos.

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evr Enric Vives-Rubio

A empresa municipal de cultura de Lisboa, EGEAC, diz que já se nota “algum abrandamento” nas visitas de turistas aos equipamentos por si geridos e antevê que essa tendência se acentue para o ano.

No seu Plano de Actividades e Orçamento (PAO) para 2020, que esta quinta-feira foi votado na câmara e será ainda discutido na assembleia municipal, a EGEAC prevê uma queda generalizada no número de visitantes e espectadores nos vários teatros, museus e monumentos que estão sob a sua alçada.

O Castelo de São Jorge, campeão de visitas na cidade, é o monumento para onde se perspectiva uma maior quebra: menos 141 mil visitantes do que os esperados em 2019. Este monumento deverá ter, segundo o PAO, “novo site bilingue e acessível e uma presença mais activa e dinâmica nas redes sociais”.

Já o Padrão dos Descobrimentos deverá ter cerca de 32 mil visitantes menos. Neste monumento, a maior preocupação da EGEAC é “a crescente pressão exercida pelos milhares de pessoas que passeiam” na Rosa dos Ventos. “A incorrecta utilização de skates e outros equipamentos de locomoção determina a necessidade de uma intervenção mais geral de organização de percursos na área envolvente e de limitação à circulação sobre a Rosa dos Ventos”, lê-se.

Também no Cinema São Jorge, no Teatro São Luiz, no Museu do Fado, no Museu Bordalo Pinheiro e no Atelier Museu Júlio Pomar as expectativas de público são inferiores às deste ano. Em sentido contrário, o Museu do Aljube, os vários pólos do Museu de Lisboa, o Museu da Marioneta, o LU.CA, a Casa Fernando Pessoa, o Teatro do Bairro Alto (recém-inaugurado) e as Galerias Municipais esperam mais público.

No seu PAO, a EGEAC revela estar com “uma preocupação acrescida em articular os horários dos espectáculos para evitar que terminem depois do horário a partir do qual deixa de haver meios de transporte público” e que “será desenvolvida uma linha de programação específica” para “garantir que o público local mantenha uma ligação próxima” aos espaços e não se sinta afastado pelo “contexto de interesse turístico expressivo”.

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