Incêndio destrói castelo japonês com 500 anos, património da humanidade

Apenas as fundações do Castelo de Shuri, construído em madeira, ficaram de pé. O combate às chamas durou mais de dez horas.

Fotogaleria
Incêndio no Castelo de Shuri, na ilha de Okinawa EPA/HITOSHI MAESHIRO
Fotogaleria
Incêndio no Castelo de Shuri, na ilha de Okinawa EPA/HITOSHI MAESHIRO
Fotogaleria
Incêndio no Castelo de Shuri, na ilha de Okinawa Reuters/KYODO
Fotogaleria
Incêndio no Castelo de Shuri, na ilha de Okinawa Reuters/KYODO
Fotogaleria
Incêndio no Castelo de Shuri, na ilha de Okinawa EPA/HITOSHI MAESHIRO
Fotogaleria
Incêndio no Castelo de Shuri, na ilha de Okinawa EPA/HITOSHI MAESHIRO

Um incêndio que deflagrou na madrugada de quinta-feira destruiu parte do Castelo de Shuri, na ilha de Okinawa, no Japão, que é património da Humanidade pela UNESCO. De acordo com a Reuters, apenas as fundações do edifício principal ficaram de pé.

O castelo de madeira com 500 anos, um dos símbolos da recuperação do Japão depois da Segunda Guerra Mundial, ficou parcialmente destruído depois de o fogo ter consumido o templo principal, chamado Seiden, e a estrutura Hokuden, a norte. Outro edifício, a sul, chamado Nanden, também ficou parcialmente destruído.

O fogo deflagrou pelas 2h40 (17h40 em Lisboa) e o combate às chamas durou mais de dez horas. O incêndio foi dado como extinto já durante a tarde de quinta-feira. Não há relatos de feridos, mas, por precaução, as habitações mais próximas foram evacuadas.

As causas do incêndio ainda não são conhecidas. De acordo com a polícia de Okinawa, o fogo parece ter começado no templo principal e as chamas espalharam-se “de forma rápida para todas as estruturas principais”, cita o The Guardian. O castelo tinha um sistema de aspersores na parte exterior, mas não no interior.

“O edifício principal ardeu e os monumentos em forma de dragão do castelo ficaram completamente enegrecidos”, disse Mikiko Shiroma, presidente da câmara de Naha, capital de Okinawa, onde se localiza o castelo, citado pelos meios de comunicação japoneses e pela Reuters. “Isto é absolutamente lamentável.”

O castelo, que se situava numa colina sobre a cidade de Naha, era visto como um “Deus”. “Para nós, o Castelo de Shuri é como se fosse uma figura divina”, disse um residente de 84 anos citado pela BBC. “Estou tão triste que nem sei o que dizer.”

Um castelo, várias vidas

O castelo, um local popular entre os turistas, foi construído quando Okinawa era ainda o Reino de Ryuku, entre 1429 e 1800. Nesse ano, a localidade foi anexada pelo Governo de Tóquio.

Foto
KM/PB/ Reuters

“Cinco séculos da história de Ruykyuan [do século XII ao XVII] estão representados neste conjunto de locais e monumentos”, lê-se no site da UNESCO. “As ruínas de castelos, em locais elevados, são evidências da estrutura social de uma grande parte desse período, enquanto os locais sagrados são testemunho da sobrevivência rara de uma forma antiga de religião até à idade moderna.”

O castelo foi destruído várias vezes ao longo dos seus 500 anos de história — a última delas aconteceu durante a Batalha de Okinawa, em 1945, que durou 82 dias e matou mais de 200 mil americanos e japoneses.

Depois da II Guerra, o templo serviu de casa a uma universidade pública até meados dos anos 1970. Em 1992, depois de um restauro, foi reaberto como um parque nacional e em 2000 passou a ser património da Humanidade da UNESCO.

Estava planeado que este castelo fosse uma das paragens da chama olímpica, por ocasião dos Jogos de Tóquio, que vão decorrer em 2020.

Sugerir correcção
Comentar