Facebook elimina páginas, grupos e contas falsas sobre política de países africanos

Objectivo seria provocar “interferência estrangeira”, sendo que o principal suspeito é o empresário russo Yevgeniy Prigozhin.

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LUSA/SASCHA STEINBACH

A rede social Facebook anunciou esta quarta-feira que eliminou um conjunto de páginas, grupos e contas falsas usadas para espalhar notícias relacionadas com eleições, política moçambicana e de outros países.

“Hoje [quarta-feira], removemos 35 contas do Facebook, 53 páginas, sete grupos e cinco contas do Instagram originárias da Rússia e focadas em Madagáscar, República Centro-Africana, Moçambique, República Democrática do Congo, Costa do Marfim e Camarões”, anunciou a empresa, em comunicado.

O material era usado para provocar “interferência estrangeira”, ou seja, “um comportamento dissimulado, coordenado em nome de um actor estrangeiro”, em que “redes de contas eram usadas para enganar o público sobre quem eram os autores e o que estavam a fazer”.

Os promotores “usaram uma combinação de contas falsas e contas autênticas de cidadãos locais”, em cada país, “para gerir páginas e grupos e publicar conteúdo”, nomeadamente, “notícias sobre políticas russas em África, eleições em Madagáscar e Moçambique, observação eleitoral por uma ONG [organização não-governamental] local e críticas às políticas francesas e americanas”.

Cerca de 475.000 contas seguiam uma ou mais das páginas em causa, cerca de 450 pessoas seguiam os grupos que foram apagados e outras 650 acompanhavam as contas de Instagram.

A investigação do Facebook sugere que o empresário russo Yevgeniy Prigozhin esteja por detrás da acção, uma figura já indiciada junto do Departamento de Justiça norte-americano, refere a empresa.

“Partilhámos a informação sobre as nossas descobertas com as autoridades policiais, legisladores e parceiros do sector”, acrescenta a nota, referindo que não está em causa o conteúdo, mas a dissimulação de identidade.

A acção concertada que abrangeu Moçambique incluiu um investimento de 77 mil dólares (69.260 euros) em anúncios no Facebook, veiculados desde Abril de 2018.

“Descobrimos esta actividade no âmbito das investigações internas sobre comportamentos dissimulados, suspeitos e vinculados à Rússia em África”, concluiu o Facebook.

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