Operação Marquês: Sócrates ataca procurador Rosário Teixeira

Na terça-feira Rosário Teixeira disse a alguns jornalistas que Sócrates pode dizer o que entender nesta fase processual porque no final é que se fazem as contas.

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LUSA/RODRIGO ANTUNES

O ex-primeiro-ministro José Sócrates classificou esta quarta-feira de “infeliz e imprópria” uma declaração do procurador Rosário Teixeira e pede que ele se retrate.

À entrada para o terceiro dia de interrogatório da fase de instrução da Operação Marquês, na qual é acusado de crimes económicos, Sócrates parou para falar aos jornalistas e criticar a postura do procurador Rosário Teixeira.

“Hoje reparei numa declaração do senhor procurador que dizia que no final se faziam as contas. Considero-a completamente infeliz e imprópria”, afirmou.

O antigo primeiro-ministro vincou que a frase do procurador do Ministério Público que liderou a investigação “é muito reveladora daquilo que esteve sempre na base deste processo”.

Isto é “uma motivação pessoal”, concluiu Sócrates.

Na terça-feira, o procurador Rosário Teixeira disse a alguns jornalistas que Sócrates pode dizer o que entender nesta fase processual porque no final é que se fazem as contas, respondendo ao facto de o ex-governante ter apelidado a acusação de “delirante”.

Sócrates lamentou a declaração do procurador e esta quarta-feira disse que espera que ele se retrate e a rectifique.

Rosário Teixeira, à entrada para o tribunal não se furtou a falar aos jornalistas para dizer que não atacou ninguém, que “é uma invenção” e que não falou em “ajuste de contas”.

“Esta é a fase da defesa, os arguidos podem dizer o que quiserem e as contas fazem-se no final depois de apreciada toda a prova” afirmou.

O procurador lembrou que o papel do Ministério Público é “sustentar a prova e fazer a leitura dos indícios de forma a construir uma acusação”.

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