Furtos de um milhão só em Portugal. PJ deteve mais um elemento de rede colombiana que actua em hospitais

O homem foi detido em Espanha. A rede a que alegadamente pertence roubou equipamentos caros, no valor de cerca de um milhão de euros, de hospitais de Lisboa e Porto.

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Em Janeiro, foram furtados nove equipamentos topo de gama de endoscopia e colonoscopia Hospital Egas Moniz, em Lisboa AAA ALEXANDRE AFONSO

Um colombiano foi detido em Espanha e entregue às autoridades portuguesas por suspeitas de pertencer a uma rede que furta equipamento hospitalar, caro e de tecnologia avançada, para depois vender no mercado sul-americano. Só do Hospital Egas Moniz, em Lisboa, desapareceram nove equipamentos topo de gama de endoscopia e colonoscopia, no valor de 300 mil euros, em Janeiro passado. Ao todo, terão sido realizados cinco furtos deste género em hospitais das áreas de Lisboa e Porto, com um prejuízo que ascende a um milhão de euros. A investigação continua.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou, em comunicado, a detenção, em Espanha, do colombiano de 42 anos, com recurso a mandado de detenção europeu. Mas as suspeitas é que está em causa “um grupo muito extenso” e que será responsável pelo furto de equipamento hospitalar em cerca de 2o países europeus, explica fonte da PJ. O homem agora detido, e que é suspeito “da prática dos crimes de associação criminosa, branqueamento e furto qualificado em unidades hospitalares”, ficou em prisão preventiva, tal como acontecera com uma colombiana também detida em Espanha, a 10 de Outubro, suspeita de pertencer à mesma rede. 

Segundo fonte da PJ, o grupo faria uma primeira visita aos locais que pretendia assaltar “se possível, no âmbito de uma consulta, para verificar onde se encontravam os aparelhos”. Depois, voltavam ao local para se apoderarem dos equipamentos. Ao contrário do que se chegou a suspeitar, não há, segundo a mesma fonte, qualquer indício de que haveria o auxílio de funcionários dos hospitais à “associação criminosa transnacional”.

O grupo furtava, sobretudo, equipamentos utilizados na realização de endoscopias ou colonoscopias. “Embora sejam equipamentos relativamente grandes, a parte mais extensa é o braço, que é flexível, e dobrando-o tinham a possibilidade de ocultar as máquinas”, explica a mesma fonte. Além do caso do Hospital Egas Moniz terão sido perpetrados mais quatro furtos, dois na área de Lisboa e dois na área do Porto, com os primeiros casos a serem registados já em 2015. O primeiro é, contudo, o mais conhecido, já que o furto obrigou até a reagendar exames.

Segundo o comunicado da PJ, trata-se de uma “associação criminosa transnacional” que furta “equipamento hospitalar, de tecnologia avançada, de valor consideravelmente elevado e susceptível de comercialização para posterior utilização, geralmente, no mercado sul-americano”, presumindo-se que seja responsável por um negócio criminoso que vale “várias dezenas de milhões de euros”.

As primeiras referências a esta actividade surgiram em 2013 na Europa Central e foram depois depois replicadas em vários estados europeus, até ao início deste ano, quando vários elementos do grupo foram detidos no norte da Europa.

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