Cinco “dicas” para pagar menos em 2020 e criar “folga” para poupar

A propósito do Dia Mundial da Poupança, a Deco Proteste recomenda a renegociação de taxas e custos de alguns empréstimos ou seguros e o investimento dessa diferença num plano de poupança para a reforma.

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Esta quinta-feira, olhe para todos as despesas para encontar onde poupar LUSA/MÁRIO CRUZ

Boa parte dos portugueses não tem margem para poupar porque o seu orçamento é asfixiado pelas despesas da casa, saúde e alimentação. Mas será que não consegue poupar a partir da redução de custos de empréstimos, seguros e outras despesas? É esse o desafio da Deco Proteste, a propósito do Dia Mundial da Poupança, que se assinala a 31 de Outubro.

Uma das primeiras “dicas” passa pela renegociação da taxa de juro do cartão de crédito. Isto porque muitos consumidores contrataram cartões de crédito há vários anos e estão a pagar taxas de juro muito elevadas, face aos valores actuais. Há muitos cartões que cobram taxas de juro na casa dos 30%, muito acima da taxa máxima legal admitida pelo Banco de Portugal para os cartões mais recentes (15,7% no quarto trimestre de 2019)”.

As taxas não são actualizadas de forma automática (apenas para os novos) e as instituições de crédito não são obrigadas a rever as condições desses contratos, mas, se estiver nesta situação, nada o impede de tentar negociar. “Contacte o banco, de preferência, por escrito. Peça a revisão da TAN (Taxa Anual Nominal) actual do cartão de crédito, evocando a disparidade de valores cobrados a clientes com cartões anteriores a 2010. Se o banco aceitar a renegociação do contrato e lhe propuser um novo cartão de crédito, verifique se a TAEG é inferior a 12%, pois estará entre os mais baratos do mercado. Caso contrário, há opções mais vantajosas”, adianta a Deco Proteste. E uma das soluções alternativas, se esse cartão não estiver associado a um empréstimo à habitação (se desistir pode ter consequências graves), tente trocá-lo pelo cartão mais barato comercializado pelo seu banco.

Poupar no IMI e reduzir o spread

Outra dica prende-se com o facto de muitas casas continuarem a pagar imposto municipal sobre imóveis (IMI) a mais. O pedido de nova avaliação pode conduzir a um aumento ou a uma descida, devendo ser avaliada por cada contribuinte. A Deco Proteste recomenda que o pedido seja feito pessoalmente, no balcão da área de localização do imóvel. Em princípio, não será necessário apresentar documentos, como as plantas do imóvel tendo apenas de assinar o modelo 1 do IMI.

E para quem tem empréstimo da casa, especialmente se foi contratado depois da crise financeira de 2008, pode tentar uma redução do spread ou margem comercial do banco. Depois de terem subido para valores entre 2% e 5%, os spreads têm vido a descer, aproximando-se de 1% (no intervalo mais baixo). “Se o valor for superior a 1,5%, chegou a hora de renegociar”, recomenda a Deco Proteste, sugerindo que os consumidores pesquisem o que oferece o mercado, de forma a reunir pelo menos três ou quatro propostas que apresentem valores mais baixos ao que está a pagar. O passo seguinte é tentar negociar com o banco e se este não se mostrar receptivo “talvez tenha chegado a hora de assinar o ‘divórcio’ e transferir o crédito para outra instituição”. Isso pode implicar, no imediato, alguns custos e comissões, mas que, em alguns casos, podem ser total ou parcialmente suportados pelo banco novo.  

Poupança reforma pode ser um objectivo

Nas duas últimas “dicas”, há espaço para a redução da factura da energia, sem baixar o conforto. Para isso é importante conhecer todas as alternativas de aquecimento. A compra de equipamentos também não deve ser feita sem antes comparar preços.

E depois de reduzir nas despesas chega o momento de pensar na poupança, e uma das sugestões pode passar por um instrumento que garanta melhor qualidade de vida na idade de reforma, habitualmente marcada por uma redução de rendimentos. A criação ou reforço de um plano de poupança reforma é uma das hipóteses. E neste domínio, há vários produtos em função do perfil e idade do aforrador.

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