Primeira fase de acordo entre EUA e China assinada em Novembro

Pode ser um passo decisivo para uma trégua na guerra comercial que tem abalado os mercados desde o início de 2018. Primeira fase do acordo deve ser assinada na cimeira do Fórum Ásia-Pacífico, em Novembro.

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Damir Sagolj

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse esta segunda-feira esperar que a primeira fase do acordo comercial com a China seja assinada na cimeira do Fórum Ásia-Pacífico (APEC), que está marcada para 16 e 17 de Novembro no Chile.

“Penso que poderemos estar prontos para assinar uma parte importante do acordo. Chamemos-lhe Fase Um, mas é uma parte importante”, disse Trump aos jornalistas, anunciando progressos nas negociações que se prolongam há mais de um ano e meio para ultrapassar um diferendo comercial com a China, que tem levado à aplicação de elevadas tarifas retaliatórias por ambas as partes.

Num comunicado divulgado no final da semana passada, o secretário do Comércio, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, anunciaram que estão quase concluídas várias secções do acordo, após mais uma ronda de negociações em Washington, em que esteve presente o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He.

Donald Trump planeia participar na cimeira do Chile, onde se deverá encontrar com o actual presidente chinês, Xi Jinping. Segundo o presidente norte-americano, é possível que a cerimónia de assinatura do acordo comercial da primeira de três fases entre as duas potências económicas fique marcada para o final do encontro.

Já na semana passada tinham chegado sinais de entendimento por parte dos chineses, com o anúncio de um aumento da compra de produtos agrícolas dos EUA, para alcançar cerca de 50.000 milhões de dólares (mais de 40.000 milhões de euros) – um valor bem acima do alguma vez atingido nas exportações agrícolas norte-americanas para o mercado chinês.

Não há, contudo, quaisquer pormenores sobre esta primeira fase do acordo, embora Trump se tenha referido à inclusão de matérias relacionadas com a desvalorização da moeda chinesa e questões de propriedade intelectual.

Donald Trump disse ainda que as questões relacionadas com a transferência forçada de tecnologia na China serão apenas discutidas na segunda fase do acordo, tendo ficado também de fora, para já, tudo o que se relaciona com a empresa de telecomunicações chinesa Huawei, alvo de sanções norte-americanas, que está num processo paralelo de negociações.

Os mercados, que estão também a antecipar nova descida da taxa de juro pela Reserva Federal (Fed) dos EUA, que se reúne nesta quarta-feira, estavam a negociar em terreno positivo. A bolsa de Nova Iorque seguia esta tarde com ganhos, com o índice S&P 500 a atingir novo máximo histórico na abertura. 

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