CMVM pede auditor independente na OPA da Cofina à Media Capital

A entidade supervisora da bolsa portuguesa considera que tem de ser um auditor independente a fixar contrapartida mínima da OPA que avalia a dona da TVI em 255 milhões de euros.

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Rui Gaudencio

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) avançou com um pedido de nomeação de auditor independente para fixar a contrapartida mínima na Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Cofina sobre a Media Capital, foi hoje anunciado.

“A CMVM informa que, nesta data, solicitou à Ordem dos Revisores Oficiais de Contas a nomeação de um auditor independente para fixação da contrapartida mínima a oferecer na Oferta Pública de Aquisição sobre as acções representativas do capital social da Grupo Media Capital, SGPS, S.A. ("Media Capital") preliminarmente anunciada pela Cofina - SGPS, S.A. ("Cofina") a 21 de Setembro de 2019”, adianta a informação publicada no ‘site’ da CMVM.

A decisão do regulador dos mercados resulta do facto de a Cofina ter apresentado à CMVM um requerimento visando a declaração de derrogação do dever de lançamento de uma OPA subsequente, bem como “na antecipada convolação daquela oferta em obrigatória” assim que se verifiquem as condições suspensivas de que depende a produção de efeitos do contrato celebrado entre a Cofina e a Promotora de Informaciones “para a aquisição de acções representativas de 100% do capital social da Vertix, SGPS, S.A., as quais são semelhantes às condições de que depende o lançamento da própria oferta”.

Neste contexto, e “na impossibilidade de determinação da contrapartida”, a CMVM considera que se revela “necessário fazer intervir auditor independente”.

O regulador assinala que a impossibilidade de determinação da contrapartida resulta do facto de o maior preço acordado a pagar pelo oferente resultar das negociações particulares entre o comprador e o vendedor e da “liquidez reduzida das acções do Grupo Media Capital”.

Em 21 de Setembro, a dona do Correio da Manhã anunciou que tinha chegado a acordo com a espanhola Prisa para comprar a totalidade das acções que detém na Media Capital, valorizando a empresa (enterprise value) em 255 milhões de euros. A operação de compra inclui também a dívida da Media Capital.

A Cofina, empresa liderada por Paulo Fernandes, espera que a compra da Media Capital resulte em sinergias de 46 milhões de euros.

Além disso, a dona do Correio da Manhã estima que a compra esteja concluída no primeiro semestre de 2020.

A transacção está sujeita a certas condições, em particular a aprovação dos reguladores e a realização de um aumento de capital da Cofina em 85 milhões de euros para o financiamento parcial da compra da participação da Prisa na Media Capital, que detém a TVI.

O grupo Cofina detém, além do Correio da Manhã e do Record, a CM TV, o Jornal de Negócios, a revista Sábado, entre outros títulos.

Por sua vez, a Media Capital conta com seis canais de televisão e a plataforma digital TVI Player. Além da TVI, canal generalista em sinal aberto que celebra 26 anos, conta com a TVI24, TVI Reality, TVI Ficção, TVI Internacional e TVI África.

A Media Capital tem também rádios, onde se inclui a Comercial.

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