Ainda há 24.000 deslocados em Moçambique seis meses após o ciclone Kenneth

O ciclone Kenneth atingiu Moçambique a 25 de Abril, com ventos superiores a 200 km por hora, provocando estragos elevados nas províncias de Cabo Delgado e Nampula.

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Uma criança entra na povoação de Buzi, perto da Beira, ao recuarem as águas, após o ciclone "Idai" Mike Hutchings/REUTERS

Seis meses depois da passagem do ciclone Kenneth por Moçambique, que veio no encalço do destruidor Idai, mais de 24.000 pessoas continuam deslocadas em Moçambique, distribuídas por vários campos de acolhimento e comunidades hospedeiras, anunciou a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“De acordo com os dados mais recentes da DTM [Matriz de Rastreamento de Deslocados (DTM, na sigla inglesa] da OIM que acompanham o ciclone Kenneth, 24.036 deslocados continuam a ser rastreados (distribuídos por cinco centros de acolhimento, um centro de transição e por comunidades hospedeiras) para identificar necessidades e lacunas, em apoio da comunidade humanitária e em proximidade com o Governo de Moçambique”, lê-se num comunicado emitido hoje pela OIM.

O ciclone Kenneth atingiu Moçambique a 25 de Abril, com ventos superiores a 200 km por hora, provocando estragos elevados nas províncias de Cabo Delgado e Nampula.

A passagem do Kenneth pelo país lusófono ocorreu seis semanas após Moçambique ter sido atingido por um outro ciclone, o Idai, que, de acordo com os dados do Governo nacional afectou mais de 280.000 pessoas.

Desde a entrada do Kenneth em território moçambicano, a OIM prestou assistência a mais de 200.000 pessoas, quer sob a forma de abrigo, quer através da distribuição de bens não-alimentares.

A OIM refere que agora, seis meses depois da passagem deste ciclone, as comunidades no norte de Moçambique estão a trabalhar na recuperação dos estragos e que as famílias “estão a tentar terminar rapidamente a reconstrução das casas danificadas antes da época de chuvas”.

Ainda assim, a organização considera que vários esforços têm sido feitos por várias entidades, mas que os efeitos do ciclone continuam a ser sentidos.

“Os efeitos do ciclone Kenneth continuam a ser sentidos no norte de Moçambique. Apesar de seis meses terem passado e as águas terem recuado, a assistência continua a ser necessária para facilitar a recuperação de infra-estruturas, incluindo de espaços comunitários”, disse a chefe da missão da OIM em Moçambique, Katharina Schnoering, citada no mesmo documento.

O ciclone Idai, que atingiu o centro de Moçambique em Março, provocou 604 mortos e afectou cerca de 1,5 milhões de pessoas, enquanto o ciclone Kenneth, que se abateu sobre o norte do país em Abril, matou 45 pessoas e afectou 250 mil.

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