Maria, Ekaterina, Daniel, Rui: Quem são os modelos que passam no Portugal Fashion?

Medem mais de 1,78 de altura, donos de uma aparente silhueta perfeita são jovens que desfilam pelo mundo, sem esquecer as actividades próprias da idade.

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Daniel Jesus é algarvio e trabalha a full time na indústria da moda
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Maria Miguel divide o seu tempo entre o Porto e Nova Iorque
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Aos 17 anos, Rui Porto quer prosseguir os estudos
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Aos 19 anos, Maria Miguel conta na bagagem com desfiles para Saint Laurent, Prada, Chanel, Gucci e Versace. Embora seja uma das modelos com mais experiência internacional nesta edição do Portugal Fashion, que acontece no Porto durante estes dias, tem as mesmas obrigações e sonhos que os jovens da sua idade.

Rosto meigo e grandes olhos castanhos, a manequim está sentada à frente de uma série de acessórios para cabelo, enquanto Vasco Freitas, o cabeleireiro oficial do evento, faz-lhe ondas para que, momentos depois, possa desfilar com um elegante vestido azul comprido de Miguel Vieira.

Maria Miguel, top model da L’Agence desde 2016, segue depois pelo backstage do Portugal Fashion, por entre a azáfama de mais uns quantos colegas modelos que ainda estão a ser maquilhados e penteados. Vai experimentar o vestido e confirmar que assenta na sua silhueta na perfeição.

Na sala já está o algarvio Daniel Jesus, 22 anos, olhos azuis, com as medidas e altura certas, 1,87 metro, que acaba de ser todo maquilhado, inclusive as unhas, pintadas de azul. Modelo da Elite Model, Daniel Jesus é uma cara conhecida dos designers portugueses. Já desfilou para Hugo Costa, Miguel Vieira, entre outros, seja no Portugal Fashion, seja na Moda Lisboa ou até em Milão. O manequim está mais do que acostumado ao frenesim do veste, despe e torna a vestir, em poucos minutos. Começou aos 18 anos, depois de ganhar um concurso da Elite Model, ainda frequentou um semestre de Gestão na universidade, mas decidiu ser modelo a full time.

Apesar da carreira internacional e das viagens constantes entre a Invicta e Nova Iorque, Maria Miguel consegue conciliar os estudos com o trabalho. Frequenta o 12.º ano, numa escola internacional, no Porto. “A minha escola é compreensiva. Tenho explicações via FaceTime e venho a Portugal fazer os exames”, conta, sorridente, a manequim que tem uma vida de correria entre desfiles e sessões fotográficas.

Também Rui Porto, 17 anos, da mesma agência, frequenta o 12.º ano, em Guimarães, onde vive. “Não faltei às aulas para desfilar no Portugal Fashion”, assegura, desfiando que este é um mundo novo pelo qual sempre foi um “apaixonado”. Os pais também o incentivaram a seguir o sonho e “até costumavam dizer: “És alto [1,93 de altura], devias tentar!” Então, fui experimentar e tive a felicidade de ser escolhido no casting da agência”, lembra, por entre risos.

Nesta profissão os estudos não são chutados para canto, muito pelo contrário, em vez disso são valorizados. Rui Porto quer ingressar na universidade e tenta, por isso mesmo, ser um aluno aplicado e conciliar o melhor possível a vida de estudante com o mundo da moda. “Recebo as propostas de trabalho da agência e depois aceito ou não conforme as aulas e se tenho algum teste”, explica, olhar calmo.

Ainda só tem um ano de desfiles na bagagem, mas já pisou a passerelle para Estelita Mendonça, a Nicole, entre muitos outros. “Estar no Portugal Fashion é uma evolução e espero progredir muito mais na carreira, nomeadamente a nível internacional”, sublinha o manequim.

No 4.º ano de Engenheira Biomédica está Ekaterina Ignatenko, 22 anos, 1,78 metro de altura, que admite “que é complicado” arranjar tempo para estudar e conciliar as aulas com os muitos desfiles que faz. “Mas arranjo sempre tempo”, avança a manequim que desfila, pela oitava vez, no Portugal Fashion. Por estes dias vestiu roupas de criadores como Luís Buchinho, Diogo Miranda e da marca Pé de Chumbo. 

Dieta saudável 

Carreira internacional é o que está a fazer com grande destaque Maria Miguel que até queria ser futebolista quando era mais nova, mas acabou no mundo da moda. Natural de Braga, mas a viver entre o Porto e Nova Iorque, a jovem tem os holofotes voltados para ela desde que começou a trabalhar, em 2016. Foi exclusiva de Saint Laurent e até abriu o desfile da marca em Paris. A manequim tem feito as semanas da moda de Nova Iorque, Paris, Londres, Milão, e tem desfilado para muitas marcas de luxo internacionais.

Quando questionados se sentem pressão para serem magros, fazerem uma dieta rígida de modo a manterem as medidas certas, todos os quatro modelos são unânimes em negá-lo. Maria Miguel diz que os cuidados que tem com a alimentação e o corpo seriam os mesmos se não fosse modelo. “Já sou magra, mas quero ter um estilo de vida saudável, fazer desporto”, diz, confiante. Também não é assunto que preocupe Ekaterina Ignatenko. “Consigo manter as medidas, porque tenho uma dieta saudável”, conta, entusiasmada. Já o manequim Rui Porto confessa: “Tenho sorte que posso comer de tudo que não engordo”, ri-se. Também Daniel Jesus não sente “qualquer pressão para se manter magro e em forma”, vai dizendo, despedindo-se quando ouve a chamada para o ensaio de Miguel Vieira que antecede o desfile oficial. 

Ekaterina Ignatenko, que gostava de viajar mais em trabalho, aconselha a quem está a começar “a não stressar tanto e apreciar os momentos”. Maria Miguel, por seu lado, sugere que se deve ser sempre “profissional e simpático para toda a gente, quando se chega aos sítios”. Mas deixa um aviso: “É mais difícil do que parece. É preciso gostar”. 

Quanto ao futuro na moda, já que o presente de Maria Miguel é promissor, a manequim prefere não pensar muito. “Não gosto de pensar no futuro. Deixo as coisas fluírem. Esta é uma carreira imprevisível e não gosto de pôr muita pressão nas coisas, mas trabalhar com calma”, conclui a poucas horas de desfilar.

No frenesim dos bastidores, há profissionais que cuidam da maquilhagem, e outros dos cabelos, numa parceria com a marca Redken, como Vasco Freitas que gere uma equipa de meia centena de pessoas no Portugal Fashion. “Mas, no final, todos os modelos passam por mim”, diz o cabeleireiro, sublinhando que a nível de penteados, como criador que é, gosta “de fazer o que ainda não foi feito”.
 

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