José de Mello e Arcus vendem 80% da Brisa

Grupo português e fundo de investimentos disponíveis para alienar cada um 40% dos direitos de voto na maior empresa de infra-estruturas de transportes de Portugal.

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MANUEL ROBERTO

Sete anos depois de lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre a totalidade do capital da Brisa, o grupo José de Mello e o fundo Arcus vão bater em retirada e ceder o controlo accionista na maior empresa de infra-estruturas de transportes portuguesa.

O grupo de Vasco de Mello e o Arcus Infrasctructure Partners vão vender participações representativas de 80% dos direitos de voto na Brisa (40% cada um), noticia nesta sexta-feira o Jornal de Negócios, citando fonte oficial do grupo português, que tenciona manter-se como accionista de referência numa das maiores operadoras mundiais de auto-estradas portajadas, mas com apenas cerca de 20% dos direitos de voto.

“O Grupo José de Mello decidiu vender parte da sua participação na Brisa, num processo de venda conjunto com o fundo Arcus, seu actual parceiro accionista, através da venda de dois blocos accionistas, representativos, cada um, de cerca de 40% dos direitos de voto”, afirmou fonte oficial àquele jornal.

A operação já tem intermediários na banca – Rotschild e Caixa BI pela Brisa e Morgan Stanley e Millenium BCP Investment Banking pelo Arcus – e deverá concretizar-se até ao final do primeiro trimestre de 2020.

Em Junho, a agência de notícias Bloomberg já tinha noticiado o interesse do Arcus em vender pelo menos parte da participação que ainda detém naquela empresa fundada em 1972.

A Brisa detém seis concessões: BCR, Atlântico, Litoral Oeste, Baixo Tejo, Brisal e Douro Litoral. Em 2018 teve lucro de 158 milhões de euros. As concessões do Douro Litoral e do Litoral Centro (Brisal) têm estado envolvidas em litígios por causa de disputas com os credores. No final de Agosto, a Brisa, o Estado e os fundos credores selaram acordos para resolver os diferendos.

Em Portugal, a Brisa detém cerca de metade da rede de auto-estradas do país. Segundo as contas de 2018, os proveitos operacionais cresceram 9,9% face a 2017, para 746,5 milhões de euros, dos quais 79% (ou 592,4 milhões de euros) são receitas de portagem. 

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