Norte sem vacinas contra a gripe, acusa sindicato. Tutela admite escassez pontual

Administração Regional de Saúde desmente problema e garante tratar-se de situação muito pontual que será resolvida até sexta-feira.

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Adelaide Carneiro

As vacinas contra a gripe faltaram no norte do país, acusa o Sindicato Independente dos Médicos, que quer que a Administração Regional de Saúde (ARS) explique o que se está a passar e quando resolverá o problema.

A notícia foi avançada pela Rádio Renascença e confirmada pelo PÚBLICO junto do secretário-geral do sindicato, Roque da Cunha, que explica que o atraso vai trazer problemas logísticos aos centros de saúde, que tinham agendadas vacinações a partir de 14 de Outubro, data do início da campanha. 

“É grave”, observa o dirigente sindical, explicando que no resto do país tudo parece estar a decorrer normalmente. Em causa, adianta Roque da Cunha, estão cerca de um milhão de vacinas contra a gripe que deviam ter sido disponibilizadas gratuitamente no Norte aos chamados grupos de risco – pessoas a partir dos 65 anos, doentes crónicos com problemas imunológicos ou respiratórios, grávidas, pessoas com diabetes e profissionais de saúde, entre outros.

“Há uma semana que a unidade de aprovisionamento da ARS Norte não tem vacinas para enviar às unidades” de saúde, refere uma nota informativa do Sindicato Independente dos Médicos, que considera “lamentável” a forma como a situação tem sido gerida pelos responsáveis desta Administração Regional de Saúde, “quer pela ausência de respostas quer pelo incumprimento dos prazos quando essas respostas existem”.

“A expectativa dos utentes é defraudada por motivos alheios às unidades de saúde e aos seus profissionais, embora sejam estes a ter de receber as legítimas reclamações pela falta de vacinas”, assinala a mesma nota informativa.

Já a Administração Regional de Saúde desmente, através do seu porta-voz, Antonino Leite, o cenário traçado pelo sindicato dos médicos. Segundo este responsável, o que se verificou foi “alguma escassez de vacinas num ou noutro caso”, motivada pela grande afluência de utentes, e não uma falta generalizada. Até ao momento e desde o início da campanha, contabiliza, já foram tomadas nesta região do país 111.490 doses da vacina. Seja como for, a ARS garante que já contactou um dos seus fornecedores para repor os stocks em falta, razão pela qual a questão estará resolvida até amanhã, adianta Antonino Leite.

Este ano, a vacina que vai ser dada gratuitamente nos centros de saúde aos grupos de risco, como a que vai estar à venda nas farmácias é tetravalente. Ou seja, contempla mais uma estirpe dos vírus da gripe - além das três que já contemplava antes e - que se deverá traduzir em maior protecção.

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