Dezasseis condenados à morte no Bangladesh por deitarem fogo a aluna que denunciou assédio

Nusrat Jahan, de 18 anos, foi queimada viva em Abril por ter recusado retirar a queixa que tinha feito no mês anterior.

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Familiares dos acusados reagem à sentença Reuters/STRINGER

O director de uma escola religiosa no Bangladesh e outras 15 pessoas foram condenados à morte pelo homicídio de uma adolescente que tinha denunciado o responsável por assédio, anunciou esta quinta-feira procurador Hafez Ahmed. Os advogados de defesa já anunciaram que vão recorrer.

Nusrat Jahan foi queimada viva em Abril por ter recusado retirar a queixa que tinha feito no mês anterior contra o director da madrassa (escola islâmica) que frequentava, em Feni, uma pequena localidade a cerca de 160 quilómetros da capital Dhaka. Os assassinos regaram a jovem de 18 anos com querosene e deitaram-lhe fogo no telhado da escola — a adolescente conseguiu fugir, mas acabaria por morrer quatro dias depois.

A polícia considerou que os jovens, incluindo duas colegas de Nusrat Jahan, actuaram por ordem do director, que estava preso. Entre os culpados estão ainda três professores e dois responsáveis locais do partido político no poder, a Liga Awami, avança a BBC, o que revela uma conspiração para silenciar a jovem.

“Estamos contentes com o julgamento”, disse o procurador Hafez Ahmed aos jornalistas, depois de o veredicto ser conhecido.

A morte de Jahan gerou uma onda de indignação pública e várias manifestações a pedir justiça. Segundo a família, a jovem tinha sido pressionada para retirar a queixa que tinha feito à polícia em Março, em que tinha acusado o director da escola de assédio e tentativa de violação.

O primeiro-ministro tinha reunido com a família da jovem e prometido justiça.

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