FC Porto precisa de “muito mais equipa” contra o Rangers

Após a derrota com o Feyenoord, os portistas defrontam nesta quinta-feira no Estádio do Dragão o vice-campeão escocês no regresso à Liga Europa.

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LUSA/ESTELA SILVA

Desde a derrota sofrida a 13 de Agosto no Estádio do Dragão frente ao Krasnodar, desaire que empurrou o FC Porto para a Liga Europa, o percurso dos “dragões” tem sido quase perfeito. Numa dezena de jogos disputados há, no entanto, uma pedra no sapato de Sérgio Conceição. Há três semanas, em Roterdão, “houve muita coisa má”, admite o treinador portista, que nesta quinta-feira, contra o Rangers, pede outra atitude aos seus jogadores: “Temos de ser muito mais equipa do que fomos na Holanda, sem dúvida nenhuma.” Contra uma equipa escocesa de processo simples e futebol directo, Conceição não pode contar com Romário Baró, mas Jesús Corona deverá estar disponível.

É a única mancha no trajecto portista nos últimos dez jogos e Sérgio Conceição não escondeu ontem que ainda não digeriu a última partida do FC Porto na Liga Europa. Na antevisão do terceiro jogo no Grupo G da prova europeia, o técnico falou em “momentos interessantes” na Holanda, onde “nem tudo foi mau”, mas deixou uma mensagem para o seu plantel: “O mais importante para mim é o estado de espírito com que os jogadores encaram o jogo. Esse estado de espírito tem a ver com mentalidade ganhadora e determinação. Tivemos momentos interessantes. Mas as equipas não vivem só dos momentos em que o jogador tem a bola e isso está associado às fases em que a equipa não tem bola. E aí temos que ser muito mais equipa.”

Recado dado, Conceição virou-se para o futuro e para um adversário que vem de um “país onde o futebol é aguerrido e com alguma agressividade”. Por isso, contra o Rangers, o FC Porto terá que ser forte “nos duelos e nas segundas bolas”. “Por vezes as pessoas confundem isso com o facto de não jogarmos bonito. Não tem nada a ver com isso. Depende da estratégia e dos princípios da outra equipa. Jogar de forma mais directa pode, e deve ser feito, com critério.”

E futebol directo é, quase sempre, uma das armas do Rangers. Com um estilo bem “british”, a equipa treinada por Steven Gerrard destaca-se habitualmente pela atitude dos seus jogadores em campo. Com um futebol agressivo que privilegia o colectivo, os vice-campeões escoceses deverão apresentar-se no Dragão em 4x3x2x1, com dois jogadores de características ofensivas a sobressaírem sobre todos os outros: o veterano Jermain Defoe, que aos 37 anos lidera a lista de melhores marcadores na Escócia (nove golos em oito jogos); e Alfredo Morelos, internacional colombiano que, entre eliminatórias e fase de grupos, já marcou por oito vezes nesta época, na Liga Europa.

Tal como o FC Porto, o Rangers estreou-se no Grupo G com um triunfo em casa, mas foi derrotado na segunda jornada: 2-1 em Berna, contra o Young Boys, com o segundo golo dos suíços a ser apontado já em período de descontos. E, tal como Sérgio Conceição, Steven Gerrard também não gostou da atitude da sua equipa na partida anterior da Liga Europa — o antigo internacional inglês avisa que no Porto os seus jogadores não podem “dar tantas hipóteses como no jogo anterior”.

Deixando alguns elogios ao FC Porto, Gerrard diz saber que o “desafio é grande” para os escoceses contra um rival que “talvez tenha maior pressão para acabar no topo do grupo”, mas acredita que o Rangers pode sair vivo do Dragão: “Se jogarmos no nosso máximo e se os jogadores tiverem uma boa actuação individual, talvez possamos retirar algo daqui.”

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