Ministério Público acusa homem de esfaquear médico em Peniche

Sindicato afirma que o caso é um exemplo dos graves problemas de segurança a que os profissionais estão expostos no Serviço Nacional de Saúde.

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Paulo Pimenta

O Ministério Público (MP) acusou um homem pelo crime de ofensa à integridade física qualificada por esfaquear um médico, em Fevereiro deste ano, dentro da urgência de Peniche do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), foi hoje anunciado.

Segundo o MP, em 25 de Fevereiro, o homem de 64 anos “empunhou uma faca de mato, espetando-a, por duas vezes, na coxa direita de um médico que ali se encontrava, no exercício das suas funções, desferindo-lhe ainda um golpe com o cabo da faca no rosto”.

O homem acabou por ser detido pela PSP ainda nas instalações hospitalares e ficou a aguardar julgamento em liberdade, mas proibido de contactar com a vítima.

Na sequência de exame pericial realizado, o arguido foi considerado “inimputável perigoso”, por sofrer, à data dos factos, de uma anomalia psíquica que o impedia de avaliar a ilicitude da sua conduta.

A Ordem dos Médicos lamentou na ocasião a agressão, considerando que “este caso é o espelho da grave situação de insegurança que se vive no SNS [Serviço Nacional de Saúde] e de um clima de conflitualidade institucional que, infelizmente, é alimentado pela própria tutela e que não dignifica nem beneficia ninguém”.

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul manifestou solidariedade para com o cirurgião, referindo que “a violência e a intimidação sobre médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão são inadmissíveis” e que “as administrações devem ser responsabilizadas pela segurança dos profissionais nos locais de trabalho”.

O arguido tinha-se deslocado à urgência de Peniche, no distrito de Leria, para ter uma consulta, mas o crime não ocorreu aquando dessa consulta, explicou na ocasião a presidente do CHO, Elsa Banza.

O Centro Hospitalar do Oeste integra os hospitais de Torres Vedras, Caldas da Rainha e de Peniche e detém uma área de influência constituída pelas populações daqueles três concelhos, Óbidos, Bombarral, Cadaval e Lourinhã, e de parte dos concelhos de Alcobaça (freguesias de Alfeizerão, Benedita e São Martinho do Porto) e de Mafra (com excepção das freguesias de Malveira, Milharado, Santo Estêvão das Galés e Venda do Pinheiro).

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